“Pensava-se que a Internet seria esse espaço de discussão democrática, porque permitia presentificar o ausente, ou seja, permitia que pessoas que não estivessem umas na presença das outras começassem a conversar entre si, colocando o mundo supostamente em diálogo”, diz o ex-ministro Janine Ribeiro. Mas é preciso aceitar que toda tecnologia também traz consigo seu lado de tragédia. “Me parece que o desastre, das redes sobretudo, foi facilitar as polarizações. O que passou a circular foram as opiniões, aquilo que nossos fundadores, Sócrates e Platão, combatiam e que era a força dos sofistas: fazer valer a opinião num discurso de convencimento. Hoje, a verdade está fora e o que circula nas redes são opiniões”, diz Márcio Tavares D’Amaral.