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O que é algoritmo?
07.11.2024 - 16h09
Rio de Janeiro - RJ
Todos os dias você escuta falar em algoritmo. Desde uma conversa de bar, sobre que filmes tem assistido ou que músicas tem escutado, até comentários e memes nas redes sociais: “Ah, meu algoritmo já sabe que eu amo ver vídeos de gatinho…”. “Nossa, preciso limpar meu algoritmo de tanto conteúdo ruim que estou recebendo…”. “Caramba, procurei sobre esse produto que quero comprar hoje e agora o algoritmo não para de mostrar os diferentes modelos e preços!”
É interessante perceber que mesmo diante de termos ligados à internet e à vida digital que parecem familiares para nós, ainda não somos capazes de entender ou explicar exatamente do que se tratam. E o algoritmo é um caso clássico disso.   
Neste artigo, você encontra: 
  • O que é um algoritmo?
  • Origem do termo
  • Uso na informática
  • Como funciona um algoritmo
  • Tipos de algoritmo
  • Uso nas redes sociais 
  • Por que é importante saber? 

Afinal, o que é… ALGORITMO? 

Um algoritmo é qualquer sequência de instruções ou regras bem definidas e finitas que são percorridas para resolver determinado problema ou realizar uma tarefa específica. Em termos simples, é como uma receita culinária: você tem uma lista de ingredientes (dados) e um passo a passo (instruções) que, quando seguidos corretamente, resultam em um prato final (solução). 
Os algoritmos surgiram na matemática e hoje são fundamentais para programação e em diversas áreas da ciência da computação, pois permitem que computadores executem tarefas de forma sistemática e eficiente.
Origem antiga, na matemática 
Embora hoje o termo remonte ao universo da tecnologia digital e às BigTechs do Vale do Silício, os algoritmos fazem parte da vida humana há séculos e surgiram na cultura islâmica. O termo algoritmo é uma palavra latinizada que derivou do nome do matemático persa Al-Khowarizmi, no século IX, “algorithmi”. O conceito surgiu diante da necessidade de fazer cálculos sem a ajuda de recursos usados até então, como o ábaco e os dedos, por exemplo. 
Considerado, por alguns, o pai da Álgebra e o avô da Ciência da Computação, Al-Khwārizmī viveu de 780 a 850 d.C., durante a Era de Ouro Islâmica. 
Uma curiosidade é que o estudioso não usava a notação matemática moderna com números e símbolos. Em vez disso, escrevia em prosa simples e empregava diagramas geométricos: “Quatro raízes são iguais a vinte, então uma raiz é igual a cinco e o quadrado a ser formado por ela é vinte e cinco”.
Os escritos de Al-Khwārizmī introduziram os numerais hindu-arábicos para os matemáticos ocidentais 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0. O conjunto é a base para a tecnologia da computação existente até os dias atuais. 
Na informática 
Foi só no início do século XX que o conceito ganhou suas definições atuais: “um procedimento para resolver um problema matemático em um número finito de etapas; um procedimento passo a passo para resolver um problema”.
Na informática, o conceito de algoritmo foi formalizado em 1936 pela Máquina de Turing, de Alan Turing, e pela formulação de um cálculo chamado Lambda, de Alonzo Church – pilares da Ciência da Computação. 
A noção de algoritmo ganhou novas interpretações, fazendo do conjunto de algoritmos a base do processo de desenvolvimento de qualquer software. Isso porque não existe apenas um algoritmo, mas vários tipos, com diferentes níveis de complexidade. Um dos exemplos mais elementares é o algoritmo presente no processo de ligar o computador. Trata-se, nada mais, nada menos, do que um software encarregado de testar os componentes e procurar o sistema operacional para carregá-lo.  
Como funciona um algoritmo?
Um algoritmo pode ser descrito de várias formas: como texto, fluxogramas ou pseudocódigos. Sua estrutura geralmente inclui:
  1. Entrada: Os dados que serão processados.
  2. Processamento: As operações realizadas sobre os dados.
  3. Saída: O resultado final da execução do algoritmo.
Por exemplo, um algoritmo simples para somar dois números poderia ser descrito assim:
  1. Receber dois números como entrada (A e B).
  2. Somar A e B.
  3. Retornar o resultado da soma.
Como dissemos, existem vários tipos de algoritmos. Vamos conhecer alguns deles.
Algoritmo de Busca: O algoritmo de busca, também conhecido como algoritmo de busca binária, é utilizado para encontrar um elemento em uma lista ordenada. Ele funciona dividindo repetidamente a lista ao meio até localizar o elemento desejado. Este método é muito mais eficiente do que uma busca linear, especialmente quando aplicado em listas grandes.
Algoritmo de Classificação: Esse tipo de algoritmo, também chamado de algoritmos de ordenação, é comumente utilizado em aplicações para organizar dados. Por exemplo, ao classificar produtos em um site de e-commerce com base em preço ou popularidade, um algoritmo de ordenação é acionado para apresentar os resultados de forma lógica e eficiente.
Algoritmos de Recomendação: Plataformas como Spotify, Netflix, iFood e Amazon utilizam algoritmos de recomendação que analisam o comportamento do usuário (como o que ele assistiu ou comprou) e sugerem novos conteúdos ou produtos que podem ser do seu interesse. Esses algoritmos são baseados em técnicas de aprendizado de máquina que identificam padrões nos dados.
Algoritmo de Navegação: Aplicativos de mapas, como o Google Maps, usam algoritmos de roteamento para encontrar a melhor rota entre dois pontos. Esses algoritmos consideram variáveis como distância, tempo de viagem e condições do tráfego em tempo real para fornecer a rota mais eficiente ao usuário.
Imagen: RankBrain - Autor: Seobility - Licencia: CC BY-SA 4.0
Nas redes sociais 
Hoje, as redes sociais são os espaços onde mais falamos sobre algoritmos. Nelas, os vários conjuntos de regras e instruções funcionam de forma integrada, para definir que tipos de conteúdos mostrar ou ocultar ao usuário na hora que ele abre o feed. É assim que funcionam plataformas como Instagram, Facebook, X, TikTok e YouTube, por exemplo. 
Além de selecionar o que entregar de conteúdo, os algoritmos servem para registrar o comportamento do usuário enquanto navega: quanto tempo ele fica em cada tipo de conteúdo, que tipos de conteúdo mais consome, com os quais ele mais interage, entre outros hábitos. Com essas informações, os algoritmos traçam seu padrão de consumo e produção de conteúdo, passando a trabalhar para oferecer novos vídeos, fotos e produtos de seu interesse, com objetivo de mantê-lo o maior tempo possível utilizando a plataforma. 
Por exemplo: se você curte muitas fotos de animais, o algoritmo pode passar a mostrar mais conteúdos relacionados a esse tema, acreditando que isso vai te interessar. A partir dessa lógica, o que se estabelece entre usuários e as plataformas é o que especialistas em mídia têm chamado de ‘economia da atenção’. Mas isso é tema para outra edição da série. 
Por que devemos saber? 
Entender o que é um algoritmo, suas variações e sua função é importante para compreendermos o funcionamento das plataformas de redes sociais, streamings e outros tantos aplicativos e tecnologias que utilizamos diariamente. Faz parte da leitura crítica da mídia, permitindo que o usuário tenha maior consciência e autonomia diante das tecnologias que precise ou deseje utilizar. 

Nota: Este conteúdo faz parte da “O que é…”, uma série-glossário da Lupa sobre mídia. Conteúdos para apoiar professores, jornalistas e outros interessados, com explicações acessíveis sobre educação midiática, buscando incorporar e aplicar  informações e estratégias para lidar com as novas dinâmicas digitais sem perder o foco, o bom senso e a criatividade.

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