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O que é ChatGPT e IA generativa?
26.12.2024 - 14h00
Rio de Janeiro - RJ
Quantas vezes te perguntam se você usa Inteligência Artificial e você responde: “Sim, uso ChatGPT"? Provavelmente várias. A resposta até faz sentido, mas está incompleta. Isso porque ChatGPT é, sim, inteligência artificial (IA), mas nem toda IA é ChatGPT.
O debate se agrava quando inserimos na conversa um subnível de IA – a chamada IA Generativa, na qual o ChatGPT se enquadra. Diante da confusão de todos esses termos e da novidade que o tema ainda representa para muita gente, este artigo vai te ajudar a entender e diferenciar, de uma vez por todas, cada uma dessas tecnologias. Também vamos pensar por que é tão comum a confusão entre elas e quais os riscos isso pode ter. 
Afinal, em breve usaremos IA para a maioria das tarefas cotidianas, seja no trabalho, nos estudos ou no lazer. E, por isso, conhecer este tipo de sistema, identificando suas utilidades e riscos, é tarefa fundamental.
Vamos passo a passo? 
Embora estejam interligados, IA, IA generativa e ChatGPT são coisas diferentes e podem ser pensadas de forma hierárquica.
Vamos começar do mais amplo >> Inteligência Artificial >> para o mais específico >> ChatGPT. 

Neste artigo, você encontra: 
  • Afinal, o que é… Inteligência Artificial (IA)? 
  • IA se popularizou, mas não é novidade 
  • O que é IA generativa? 
  • O que é ChatGPT?
  • Como o ChatGPT se tornou (equivocadamente) sinônimo de IA?   
  • Por que entender e diferenciar tecnologias importa?  
Afinal, o que é… Inteligência Artificial (IA)? 
Inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem a capacidade de resolução de problemas semelhantes às que encontramos na inteligência humana, como aprendizagem sequencial, raciocínio lógico e planejamento. Ainda assim, pesquisadores afirmam que o termo deve ser utilizado e compreendido de forma crítica, já que a IA em seu estágio atual ainda apresenta limitações em relação a competências como criatividade e percepções emocionais – específicas dos seres humanos.
Em linhas gerais, tecnologias de IA permitem que os sistemas técnicos percebam e lidem com as variáveis do ambiente e resolvam problemas, na direção de um objetivo específico – pré-estabelecido pelos humanos quando constroem determinado sistema. 
Assim, em um ciclo, o computador recebe dados (o que chamamos de entrada ou input), os processa-os a partir dos algoritmos e dados que já contêm e gera uma resposta, que busca sempre ser a mais apropriada e precisa possível ao usuário. 
Dentro desse universo, existem dois grandes tipos de IA: as tradicionais e as generativas. A principal diferença entre elas é que, enquanto a tradicional apenas copia, imita ou reproduz algo que já existe ou que já foi feito, a generativa – que vamos explorar mais a fundo neste artigo – é capaz de gerar coisas novas e originais a partir do que aprende conforme sua base de dados vai sendo alimentada e utilizada pelos usuários.
IA se popularizou, mas não é novidade
O corretor ortográfico dos smartphones, que completa palavras e frases, a partir dos usos mais frequentes e da análise do contexto, é um bom exemplo de IA. Aplicativos de trânsito, que calculam as melhores rotas para evitar congestionamentos, buscas personalizadas na internet e plataformas de redes sociais, assim como o funcionamento de carros autônomos são exemplos de IAs que já fazem parte de nossa vida há alguns anos. 
Ou seja, apesar de parecer algo novo, Inteligência Artificial não é tão recente assim. A novidade está na popularização e na ampliação do acesso e usabilidade que temos visto acontecer nos últimos dois anos, com o avanço da chamada IA Generativa. 
O que é IA generativa?
A inteligência artificial (IA) generativa é uma tecnologia que utiliza algoritmos para criar conteúdo novo e original, como texto, imagem, áudio e até vídeo. Ela se baseia em modelos de aprendizado de máquina que são treinados a partir de grandes volumes de dados para entender padrões e características do material analisado. Assim, é capaz de produzir novos conteúdos e peças que se aproximam e se inspiram no estilo dos conteúdos usados para seu treinamento. Existem várias ferramentas que funcionam a partir da lógica da IA generativa e o ChatGPT é a mais famosa entre elas, mas não é a única. 
O que é ChatGPT?
O ChatGPT é uma dentre as várias tecnologias que se utilizam de IA generativa. Desenvolvido pela OpenAI, a ferramenta é baseada em um modelo chamado Transformador Pré-treinado Generativo (em inglês, Generative Pretrained Transformer, daí a sigla GPT). Treinado – ou seja, alimentado por pessoas – com uma enorme quantidade de dados textuais em sua base, o ChatGPT é capaz de entender perguntas e gerar respostas textuais em linguagem natural, simulando conversas humanas em uma variedade de contextos, a partir de uma dinâmica de conversação interativa – daí o termo "chat”. A ferramenta também é capaz de traduzir conteúdos e auxiliar na programação de códigos. 
Depois do lançamento do ChatGPT pela OpenAI, em novembro de 2022, o mercado da tecnologia foi invadido por uma série de novas ferramentas de IA Generativa, que se popularizaram e se diversificaram em suas funcionalidades. Surgiram o Gemini (antigo Bard), da Google, como concorrente direto do ChatGPT; o Copilot, da Microsoft, o Claude. Outras ferramentas foram atualizadas, como o caso do Midjourney, DALL-E e o Canva, para produção de imagens, e o JukeDeck, para produção de música – reduzindo aqui a lista apenas aos mais populares. Todos modelos de IA generativa. Todos baseados em inteligência artificial.
Como o ChatGPT se tornou (equivocadamente) sinônimo de IA?
Agora que você entendeu a diferença, deve estar se perguntando o motivo da confusão tão frequente entre ChatGPT e IA. Além do baixo acesso da população às definições conceituais e técnicas em si, há outros motivos que ajudam a explicar isso. 
A popularização do ChatGPT – assim como de outras ferramentas – não foi acompanhada pelo desenvolvimento de um olhar crítico sobre elas. Historicamente, este é um movimento comum. Quando uma nova tecnologia surge, a tendência é que primeiro seja utilizada e testada para depois ser questionada, avaliada e compreendida em seu funcionamento. Foi assim com a internet, com os celulares e tem sido assim com a IA. A novidade é a quantidade de opções, funcionalidades e a velocidade com que as tecnologias vão avançando. Sobram ferramentas e falta tempo e interesse para desvendar sobre como cada uma delas pode nos ajudar – ou atrapalhar.   
Mesmo não sendo o primeiro experimento de conversação entre computador e ser humano, o ChatGPT aparece como projeto inovador pelo nível de fluidez e precisão nos resultados que entrega aos usuários – que vão de estudantes escolares a profissionais de tecnologia. 
O acesso a versões gratuitas, combinado a um manuseio bastante intuitivo fizeram o programa ser muito experimentado e ficar muito conhecido, a ponto de figurar no imaginário social como sinônimo de Inteligência Artificial. 
Hoje, mais de 300 milhões de pessoas usam o software a cada semana - segundo informações da própria OpenAI. Um número que corresponde a população quase total dos Estados Unidos.  
Além de poder ser baixado como aplicativo ou acessado via site, o ChatGPT também tem sido acoplado como ferramenta complementar em outros softwares e plataformas. É o caso do WhatsApp, que recebeu um suporte do programa esta semana. 
Por que entender e diferenciar tecnologias importa?  
O crescimento de uso combinado à promoção deste tipo de tecnologia como ‘bala de prata’ e solução final para os mais diferentes problemas nos leva, no mínimo, a um cenário de atenção. Isso porque, assim como demonstram enorme potencial positivo de aplicação – como na educação, na saúde e no mercado de trabalho –, tecnologias de IA (generativas ou não) carregam riscos – ligados à vigilância, privacidade, vieses identitários, produção científica e a direitos autorais e artísticos. Por isso, além de experimentar, é determinante saber o quê e porquê estamos usando. 
Entender o funcionamento permite alcançar um olhar crítico. Olhar criticamente evita que você utilize tecnologias de IA para produzir desinformação, como tem sido comum no caso de deepfakes, por exemplo. Por outro lado, munido de senso crítico, aumentam as chances de bons usos das tecnologias de IA, que podem ajudar como assistentes de estudos, organizadores de rotina e otimizadoras de tarefas. 

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Tipo de Conteúdo: Artigos
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