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Lupa
Em nova expansão, Lupa inaugura Observatório para pesquisa e inteligência sobre desinformação
23.06.2025 - 11h56
A Lupa estreia nesta segunda-feira (23) uma nova frente de combate à desinformação: o Observatório Lupa, área dedicada à pesquisa aplicada sobre desinformação e seus impactos no ambiente digital e na sociedade. O propósito é gerar conhecimento prático, confiável e acessível para apoiar a tomada de decisão diante do fenômeno, cada vez mais complexo e sempre presente.
O Observatório Lupa é o resultado do conhecimento acumulado pela Lupa ao longo de uma década de experiência e ação não só no enfrentamento aos discursos falsos, mas também na construção de estratégias de contra-narrativa, ações educativas e análise qualificada sobre desinformação. Esta nova frente da empresa tem como missão mapear as narrativas, técnicas e comportamentos que fazem com que a desinformação se espalhe, com o objetivo de equipar sociedade, empresas, organizações civis e tomadores de decisões com inteligência sobre as dinâmicas desinformativas para contribuir com políticas públicas e ações de resiliência digital. 
“A criação do Observatório Lupa está alinhada à nossa missão de fortalecer o debate público com base em informação de qualidade. Ao sistematizar e compartilhar conhecimento sobre a desinformação, queremos municiar todo o espectro de tomadores de decisões, de educadores a gestores públicos, de jornalistas a desenvolvedores de tecnologia, com evidências claras e acionáveis. É uma resposta estratégica, fiel aos nossos valores e ao nosso papel como pioneiros no enfrentamento desse problema no Brasil e em língua portuguesa”, explica Natália Leal, CEO da Lupa.
O Observatório Lupa atua por três frentes integradas:
  • Lupa Pesquisa: responsável pela produção de relatórios, estudos e análises que investigam o impacto da desinformação em contextos sociais, políticos e digitais.
  • Achado: curadoria de pesquisas científicas e estudos acadêmicos, nacionais e internacionais, sobre desinformação, conectando o debate brasileiro ao cenário global.
  • Banco de Dados Lupa: ferramenta em desenvolvimento que permitirá, em breve, a consulta e extração de insights a partir da base histórica de uma década de verificações, análises e conteúdos produzidos pela Lupa.
A produção de inteligência é o foco central da nova iniciativa, que aposta no monitoramento contínuo, na análise de dados e na organização de evidências para antecipar tendências e identificar padrões de desinformação.
“Depois de anos combatendo a desinformação com jornalismo e educação, entendemos que era hora de dar um passo adiante: produzir inteligência de forma sistemática, a partir dos métodos que sempre nos orientaram. O Observatório nasce da convicção de que nosso conhecimento e nossa produção são ouro puro e, bem fundamentados, podem e devem ser base para políticas e ações mais eficazes contra a desinformação”, diz Cristina Tardáguila, fundadora da Lupa e coordenadora do Observatório Lupa.
Primeiro estudo: golpes digitais se sofisticam com IA e deepfakes
O Observatório Lupa chega com um relatório inédito do Lupa Pesquisa sobre fraudes digitais em redes sociais e aplicativos de mensagens. O estudo  “A Jornada dos Golpes: Como redes sociais e apps de mensagem são explorados por golpistas e fraudadores no Brasil” analisou 142 golpes da base do Será que é golpe?, site especial da Lupa sobre golpes e fraudes digitais. O conteúdo foi identificado no ambiente digital entre 2020 e 2025, e a análise mostra que as fraudes têm se tornado mais elaboradas, simulando jornadas que se pretendem passar por legítimas para enganar as vítimas. Com estratégias de engenharia social, inteligência artificial e usando marcas e personalidades conhecidas, os criminosos criam ambientes aparentemente reais, mas que levam ao roubo de dados sensíveis, como senhas e informações bancárias.
Entre os principais achados do relatório:
  • 93% dos golpes prometiam vantagens financeiras imediatas, como brindes, promoções ou indenizações;
  • 90% usaram nomes de empresas, celebridades ou figuras públicas para aumentar a credibilidade das mensagens falsas;
  • Uso de vídeos fraudulentos cresce rapidamente: foram 3 casos em 2024 e 11 apenas nos primeiros cinco meses de 2025, muitos deles com deepfakes;
  • Adoção de phishing emocional, com formulários enganosos e estratégias que exploram vulnerabilidades cognitivas e digitais das vítimas.
O relatório também contextualiza o cenário brasileiro com tendências globais. Organizações internacionais como a Interpol, Graphika e OCCRP já apontam o crescimento de redes transnacionais especializadas nesse tipo de fraude, algumas delas envolvendo até vítimas de tráfico humano.
A Lupa recomenda ações coordenadas entre plataformas, governos, sociedade civil e academia, com ênfase no fortalecimento da educação digital, no desenvolvimento de ferramentas de detecção de deepfakes e phishing e na criação de canais de denúncia acessíveis e eficientes.
Com a evolução da inteligência artificial generativa, a popularização das criptomoedas e o crescimento do mercado ilegal de dados pessoais, a tendência é de que esses golpes se tornem ainda mais difíceis de identificar. Diante disso, o Observatório Lupa reforça a necessidade de informação qualificada e constante como instrumento central de resiliência coletiva.
Para acessar e baixar o relatório completo, clique aqui.
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