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Vídeo não mostra professoras obrigando menino a usar batom
01.11.2017 - 15h31
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma criança sendo supostamente forçada por uma professora a usar batom. Levantamento produzido pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto de análise de redes mantido pela Universidade de São Paulo (USP), mostra que, só no Facebook, a gravação já tem mais de dois milhões de visualizações e 80 mil compartilhamentos.
O site Jornal da Cidade Online difundiu o vídeo e, sozinho, já computou mais de 25 mil compartilhamentos dele. Em sua postagem, a página relaciona a gravação a um  abaixo-assinado contra a participação da filósofa Judith Butler em um seminário que o SESC Pompeia pretende realizar em São Paulo na próxima terça-feira (7). Para o site, Judith é a “idealizadora e uma das principais promotoras da ideologia de gênero” e o vídeo seria um exemplo do que pode acontecer nas escolas do país.
A gravação, no entanto, não tem qualquer associação com esse assunto, com a filósofa nem com batom.
De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, as imagens foram feitas em junho de 2015 e fazem parte de uma denúncia por maus tratos de crianças apresentada contra o Colégio Ipê Centro Educacional, em Águas Claras, no Distrito Federal.
Segundo o MP, a gravação não mostra professoras obrigando um menino a usar batom nem tem qualquer conexão com o debate sobre ideologia de gênero.
Nas imagens, feitas por outra funcionária da escola, as professoras obrigam uma criança a ingerir uma cápsula de Ômega 3. Essa informação consta na sentença que levou à condenação da escola. No documento oficial da 3ª Vara Cível de Taguatinga, a juíza descreveu a cena com clareza: “Em 19/06/2015, as educadoras teriam lhe obrigado, de forma vexatória, a ingerir uma cápsula de Ômega 3”. Novamente, nada de batom, filosofia ou ideologia de gênero. Esse vídeo, inclusive, é apenas um de uma série em que foram flagrados outros casos de maus tratos.
Apesar disso, em discurso feito no último dia 24, o deputado Lincoln Portela (PRB-MG) proliferou a informação equivocada. Na tribuna, disse o seguinte: “Hoje, por exemplo, eu vi. Ainda não me preocupei em saber de qual foi o país [porque] eu precisava fazer este pronunciamento aqui. Mas duas professoras obrigando uma criança de seis anos a passar batom”.
Procurado para comentar o vídeo e as informações do MP sobre sua verdadeira história, o deputado não retornou.
Em setembro, o Jornal da Cidade Online foi flagrado postando fotos de uma edição antiga do Rock in Rio como se tratasse de uma informação sobre a edição de 2017. O material também foi checado pela Lupa.
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