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1 ano: Kalil prometeu mais remédios, mas ainda não universalizou acesso
28.12.2017 - 06h00
Rio de Janeiro - RJ
No dia 1 de janeiro de 2017, prefeitos de todo o país tomaram posse e, em seus discursos, retomaram promessas feitas durante a campanha eleitoral. Um ano depois, a Lupa voltou aos discursos que marcaram o início dos trabalhos nas prefeituras de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, com o objetivo de conferir o que, de fato, já foi cumprido.   Veja abaixo os resultados sobre Alexandre Kalil, em Belo Horizonte:
“É levando remédio para esse povo, porque todos nós somos responsáveis por essa gente desesperada”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro até a última semana de novembro, a cobertura no abastecimento teve um aumento de três pontos percentuais e passou de 74% para 77%. (houve uma ampliação de 3% no abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde)
Em nota, a Prefeitura disse que a expectativa é de que esse percentual chegue a 92,6% até o final deste mês. Para isso, estava disposta a aumentar recursos para a aquisição de remédios. Em 2016, foram aplicados cerca de R$ 26 milhões no setor e, em 2017, até 30 de novembro, R$ 48 milhões.
O Ministério da Saúde informou que, em 2016, a União enviou à cidade de Belo Horizonte R$ 14,9 milhões para a assistência farmacêutica, cifra superior aos R$ 13,9 milhões repassados à capital mineira até o fim de novembro de 2017.
Só aumentou a verba destinada pelo Ministério da Saúde à compra de insulina e anticoncepcionais. Em 2016, a pasta enviou a BH produtos que somavam um total de R$ 269,2 mil. Neste ano, até novembro, tinham sido R$ 356,5 mil.
Correção feita às 12h20 de 28 de dezembro de 2017: a cobertura do acesso a medicamentos em Belo Horizonte aumentou três pontos percentuais, e não 3% como dito anteriormente. O texto já foi corrigido.

“[Vou] Governar abrindo mão de cargos”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
Em 2 de janeiro de 2017, um dia depois de sua posse, o prefeito Alexandre Kalil exonerou 2.800 funcionários que ocupavam cargos comissionados na administração municipal. Mas cinco dias depois voltou atrás. Reconduziu 10% deles e nomeou outros 55. Atualmente, segundo a própria prefeitura, o corte efetivo até agora foi de apenas 405 cargos. O número representa um corte de 22,6% frente à gestão anterior. A proposta de reforma administrativa, implementada por meio da Lei 11.065/2017, extinguiu 704 cargos comissionados e transformou 299 cargos em funções gratificadas, destinadas exclusivamente para servidores concursados.
A Prefeitura diz que a reforma administrativa gerou uma economia de 30 milhões aos cofres da capital mineira.

“Não precisamos apenas de um mutirão para evitar que porcos pastem com crianças em lixões”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
Em seu discurso de apenas seis minutos, o prefeito Alexandre Kalil descreveu uma cena que, pelo menos oficialmente, não existe na capital mineira há duas décadas. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, responsável por fiscalizar o lixo, a cidade de Belo Horizonte não possui lixões desde 1996, quando seu primeiro aterro sanitário ganhou licença de operação. As atividades desse aterro foram iniciadas ainda no final da década de 70, às margens da rodovia BR-040, na região Noroeste da capital. Esse aterro foi desativado, e, desde dezembro de 2007, os resíduos gerados na cidade são destinados ao aterro de Macaúbas, em Sabará.
Procurada, a Prefeitura disse que, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), tem atuado de forma efetiva e constante no combate ao descarte irregular de lixo, às deposições clandestinas de resíduos em ruas, avenidas e lotes, além da realização, durante todo o ano, de campanhas para sensibilizar o cidadão sobre o correto descarte de resíduos.
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Ítalo Rômany
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