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Pnad Contínua: cinco verdades sobre a renda dos brasileiros em 2017
13.04.2018 - 06h00
Rio de Janeiro - RJ
Na última quarta-feira (11), o IBGE divulgou de forma detalhada os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/C) referentes ao rendimento dos brasileiros – sejam eles oriundos de trabalho ou de outras fontes – em 2017. A Lupa selecionou cinco dados que chamaram a atenção no estudo e que poderão vir a ser citados nas próximas semanas por políticos e personalidades públicas.
O rendimento médio mensal do brasileiro caiu R$ 12 entre 2016 e 2017
De acordo com o levantamento do IBGE, em 2016, o brasileiro tinha um rendimento médio mensal de R$ 2.124. No ano passado, esse total caiu para R$ 2.112. Veja no gráfico a seguir como foi em cada uma das cinco regiões do país.

R$ 1.244 é a diferença entre a média de rendimento de uma pessoa branca para uma pessoa negra no Brasil
Em 2017, os brancos ganhavam, em média, R$ 2.814 por mês, enquanto os negros tinham rendimento médio mensal de R$ 1.570, segundo a pesquisa do IBGE. A remuneração de pessoas brancas foi 29,2% superior à média brasileira (R$ 2.112) em 2017. A diferença é um pouco menor do que a observada em 2016, quando os brancos ganhavam 30,8% a mais do que a média do país. Ainda vale ressaltar que os negros têm o menor rendimento médio do Brasil – pessoas pardas receberam, em 2017, R$ 1.606 mensais.

R$ 542 é a diferença entre a média de rendimento de um homem e uma mulher no Brasil
Historicamente, as mulheres recebem menos do que os homens no Brasil – mesmo que desempenhem as mesmas funções. Em 2017, o rendimento médio de uma mulher equivalia a 77,5% do de um homem. Elas ganharam R$ 1.868 mensais, enquanto eles receberam R$ 2.410.
O Norte é a região do país onde a diferença era menor no ano passado, de acordo com a Pnad/C. Lá, as mulheres ganharam R$ 1.503 mensais, em média, e os homens, R$ 1.710. Ou seja, o rendimento delas correspondia a 87,9% do deles. A maior diferença foi observada no Sudeste. O ganho médio masculino era de R$ 2.810, e o feminino, de R$ 2.053. Isso fazia com que o salário delas alcançasse, no máximo, 73,1% do valor pago a deles.

Os brasileiros que estão entre o 1% mais rico do país ganham, em média, 36 vezes o que ganham os 50% mais pobres
A Pnad/C mostrou que, em 2017, 1% da população brasileira teve rendimento mensal médio de mais de R$ 27 mil. Enquanto isso, 50% dos brasileiros receberam uma média de R$ 754 por mês. A diferença foi ainda mais acentuada na região Nordeste, onde a razão entre esses dois valores superou a média nacional de 36 vezes. Nessa região, foi de 44,9 vezes.

R$ 324 é o rendimento médio mensal per capita nos domicílios que recebem Bolsa Família. Nos que não recebem, é de R$ 1.409
Em 2017, 13,7% dos domicílios brasileiros recebiam dinheiro do programa Bolsa Família, do governo federal. A média de rendimento per capita nesses domicílios era R$ 1.085 menor do que naqueles onde não se ganhava Bolsa Família. Além disso, serviços básicos como água encanada, tratamento de esgoto e coleta de lixo, chegavam menos às casas onde se ganhava o benefício do que naquelas onde não se ganhava. O acesso a bens, como geladeira, máquina de lavar e computador, também era maior nas casas onde não se recebia Bolsa Família.
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Maiquel Rosauro
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