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Lupa
No que acertam e no que erram Amoêdo e Rabello, dois novatos em eleições
27.07.2018 - 11h45
Rio de Janeiro - RJ
De olho no Palácio do Planalto, o pré-candidato do Novo, João Amoêdo, e o candidato do PSC, Paulo Rabello de Castro (confirmado em convenção no dia 19), foram sabatinados pelo Metrópoles nas últimas semanas. Os dois pretendem disputar as eleições pela primeira vez. A Lupa checou algumas das declarações dos candidatos nas sabatinas. Confira:
“No ranking para se fazer negócio do Banco Mundial, de 180 países, o Brasil está na posição 176”
João Amoêdo, pré-candidato pelo Novo à Presidência da República, em entrevista ao portal Metrópoles, no dia 26 de julho de 2018
Exagerado
O relatório Doing Business deste ano coloca o Brasil na 125ª posição do ranking que mede a facilidade para se empreender em um país. O país caiu duas posições com relação a 2017, mas ainda não está entre os últimos colocados, como afirma o pré-candidato.
O estudo, publicado todos os anos desde 2003 pelo Banco Mundial, analisa 190 países em sua edição mais recente. O levantamento leva em conta 11 critérios e calcula uma nota para cada país. Quanto mais alta a nota, mais fácil empreender. Atualmente, a Nova Zelândia lidera o ranking.
Procurado, João Amoêdo não respondeu.

“[No Brasil] São 153 dias [trabalhados] por ano para pagar imposto”
João Amoêdo, pré-candidato pelo Novo à Presidência da República, em entrevista ao portal Metrópoles, no dia 26 de julho de 2018
Verdadeiro
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, o brasileiro trabalhou 153 dias em 2017 para poder pagar seus impostos, ou seja, cinco meses e dois dias. Em 2016, foi preciso um dia a menos. O IBPT realizou ainda um levantamento com 27 países para tentar identificar em quais deles se trabalha mais para pagar os impostos. A Dinamarca ficou em primeiro lugar, com 176 dias para pagar imposto. O Brasil ficou na 8ª posição.

“[Além do Lula] Eu sou, hoje, dos pré-candidatos, o que recebeu a maior quantidade de recursos [por crowdfunding]”
João Amoêdo, pré-candidato pelo Novo à Presidência da República, em entrevista ao portal Metrópoles, no dia 26 de julho de 2018
Verdadeiro
João Amoêdo recebeu, até esta quinta-feira (26/7), R$ 265.086 em 2.059 doações feitas a sua “vaquinha virtual”. Entre os pré-candidatos à Presidência, ele foi o segundo que recebeu a maior quantia por meio do crowdfunding. O financiamento coletivo foi permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral para as eleições deste ano.
A campanha virtual do ex-presidente Lula foi a que mais arrecadou até o momento: R$ 418.177. A pré-candidata pela Rede, Marina Silva, aparece em terceiro lugar, tendo recebido R$ 141.760.

“A área para lavouras e pastagens [no Brasil] está entre 6% e 7%”
Paulo Rabello de Castro, candidato pelo PSC à presidência da República, em entrevista ao Metrópoles, dia 20 de julho de 2018
Exagerado
Os números citados por Paulo Rabello dizem respeito apenas às áreas ocupadas por lavouras no país. Segundo a Embrapa, em 2017, elas estavam em 7,6% do território brasileiro – um percentual ligeiramente acima do mencionado pelo candidato. Mas o estudo não mede a área de pastagens, utilizada para a pecuária, e também desconsidera hortas e pomares. Em 2015, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), indicou que as lavouras ocupavam 9,5% do território brasileiro, enquanto as pastagens utilizavam 23,4% da área total do país.
Procurado, Paulo Rabello não respondeu.

“Poucos dias antes da morte do Eduardo Campos, ele [Pastor Everaldo] estava atingindo 10% do eleitorado”
Paulo Rabello de Castro, candidato pelo PSC à presidência da República, em entrevista ao Metrópoles, dia 20 de julho de 2018
Falso
Candidato à presidência pelo PSC em 2014, Pastor Everaldo não atingiu o patamar de intenções de voto citado por Rabello. A última pesquisa CNT/Sensus antes da morte de Eduardo Campos, ocorrida em 13 de agosto de 2014, foi realizada de 8 a 12 de agosto e mostrava Everaldo com 2,1%. Já a pesquisa Ibope realizada entre os dias 3 e 6 de agosto indicava 3% das intenções de voto para o então candidato do PSC – mesmo percentual que Everaldo tinha na pesquisa Datafolha feita nos dias 15 e 16 de julho.
Procurado, Paulo Rabello não respondeu.

“33 mil jovens, na faixa de 15 a 20 e poucos anos, (…) são assassinados por ano”
Paulo Rabello de Castro, candidato pelo PSC à presidência da República, em entrevista ao Metrópoles, dia 20 de julho de 2018
Verdadeiro
Segundo a edição de 2018 do Atlas da Violência, estudo sobre segurança pública produzido pelo Ipea, 33,5 mil pessoas entre 15 e 29 anos foram assassinadas  no Brasil em 2016.
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Ítalo Rômany
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