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É falso que George Soros disse que financiaria ‘grupos de ódio negro’ para jornal alemão
02.06.2020 - 19h13
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais uma afirmação atribuída ao bilionário húngaro George Soros. De acordo com a imagem, Soros teria dito, em entrevista ao jornal alemão Bild em 2014, que ele iria “derrubar os Estados Unidos financiando grupos de ódio negro”. “Vamos colocá-los em uma armadilha mental e fazê-los culpar os brancos. A comunidade negra é a mais fácil de manipular”, diz o texto. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“’Vou derrubar os Estados Unidos financiando grupos de ódio negro. Vamos colocá-los em uma armadilha mental e fazê-los culpar os brancos. A comunidade negra é a mais fácil de manipular’ – George Soros (Entrevista com o BILD da Alemanha – setembro de 2014)”
Frase atribuída a George Soros no Twitter, que, até as 18h30 do dia 02 de junho, tinha sido retuitada por mais de 750 pessoas
Falso
A informação analisada pela Lupa é falsa. Estas frases não aparecem em nenhuma entrevista, rede social ou discurso feito pelo bilionário George Soros. Também não há registros de entrevista concedida ao jornal alemão Bild em setembro de 2014. Naquele ano, o nome de Soros aparece somente duas vezes em publicações do jornal. A primeira, sobre questões políticas da Bulgária. Na segunda reportagem, de novembro de 2014, Soros é citado por ter doado US$ 1,5 milhões aos comitês do partido democrata em apoio à Barack Obama.
O empresário não foi entrevistado pelo jornal alemão. Tampouco foi citada qualquer declaração dele sobre supostos “grupos de ódio negro”. O termo não aparece no mecanismo de busca do jornal alemão em outras publicações que citam Soros, em inglês ou alemão.
Essa falsa informação já circula nas redes sociais desde, pelo menos, 2016. Em setembro daquele ano, o portal de checagens norte-americano Snopes verificou conteúdo similar, e concluiu que era falso. Em 2020, outro site norte-americano de checagem, o Politifact, averiguou que Soros não estava “pagando para pessoas protestarem” e “financiando o caos” durante as manifestações de Minneapolis, ao checar declaração de ativista norte-americana.
O bilionário costuma ser alvo de diversas peças de desinformação, desde falsas ligações com determinados movimentos ambientalistas até teorias da conspiração sobre Covid-19, por ser o fundador da Open Society Foundation. A organização, criada em 1993, investe em projetos sociais de “grupos independentes trabalhando por justiça, governança democrática, e direitos humanos”. Desde sua criação, foram gastos US$ 15,2 bilhões em 120 países, de acordo com a própria organização.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
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