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É falso que OMS passou a recomendar hidroxicloroquina e pediu desculpas por ‘erro’
28.08.2020 - 15h29
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teria voltado atrás com o seu posicionamento e passado a recomendar o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento da Covid-19. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“OMS pede desculpa pelo erro na controvérsia sobre hidroxicloroquina”
Texto de imagem no Facebook que, até às 14h do dia 28 de agosto de 2020, tinha sido compartilhado mais de mil pessoas
Falso
A informação analisada pela Lupa é falsa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recuou em seu posicionamento e passou a recomendar o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento da Covid-19. Em seu site, a OMS informa que não há evidências científicas que comprovem a eficácia desses medicamentos no tratamento da doença. Procurada, a assessoria de imprensa da organização classificou como “falsa” a informação que circula pelo Facebook.
Além de não ter benefícios contra a Covid-19, a OMS ressalta ainda que esses medicamentos podem ter efeitos colaterais e, por essa razão, o  uso é desaconselhado para tratar pacientes infectados com o novo coronavírus. Contudo, a organização lembra que cada país é soberano para escolher seus protocolos de tratamento.
Em março, a entidade lançou uma série de pesquisas padronizadas chamada Estudo Solidariedade, que visa testar medicamentos capazes de tratar a Covid-19 e encontrar uma forma de curar pacientes. Entre as drogas pesquisadas estavam a hidroxicloroquina, o remdesivir e o lopinavir/ritonavir.
No dia 25 de maio, os pesquisadores decidiram pausar temporariamente os ensaios clínicos que testavam a droga. A suspensão foi feita após um estudo observacional, publicado no periódico The Lancet, apontar que o remédio poderia aumentar o risco de morte, ao invés de diminuir. Contudo, os dados utilizados nessa pesquisa eram de origem pouco confiável, e a própria revista decidiu remover o artigo. A OMS retomou os estudos em 3 de junho.
Em 6 de julho, a OMS voltou a suspender os estudos com hidroxicloroquina, dessa vez de forma definitiva. Pesquisadores do Estudo Solidariedade verificaram que a droga não estava fazendo efeito nos pacientes, na comparação com o grupo de controle. O mesmo foi feito com o tratamento com lopinavir/ritonavir.

Boato

Esse boato começou a circular pelas redes sociais em junho, tendo sido verificado por checadores do Estadão naquele mês. Contudo, recentemente conteúdos falsas envolvendo a cloroquina e a hidroxicloroquina voltaram a serem compartilhados. Essa onda de desinformação foi impulsionada após a Comissão Nacional de Saúde da China decidir adotar um um novo protocolo usando cloroquina. O órgão reconheceu, porém, que, até o momento, não existe um medicamento com eficácia comprovada.
Nota:‌ ‌esta‌ ‌reportagem‌ ‌faz‌ ‌parte‌ ‌do‌ ‌‌projeto‌ ‌de‌ ‌verificação‌ ‌de‌ ‌notícias‌‌ ‌no‌ ‌Facebook.‌ ‌Dúvidas‌ sobre‌ ‌o‌ ‌projeto?‌ ‌Entre‌ ‌em‌ ‌contato‌ ‌direto‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌‌Facebook‌.
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