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É falso que Argentina, Venezuela e Cuba não têm programas de auxílio emergencial na pandemia
10.09.2020 - 18h46
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais um post dizendo que em países como Argentina, Cuba e Venezuela não houve auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, ao contrário do Brasil, que anunciou o valor de R$ 600 para pessoas sem emprego formal. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Valor auxílio emergencial Cuba: 00 Argentina: 00 Venezuela: 00 Brasil: 600 Cadê urna pra votar nesse presidente Bolsonaro de novo?”
Imagem publicada no Facebook que, até as 13h do dia 10 de setembro de 2020, tinha sido compartilhada por mais de 460 pessoas
Falso
A informação analisada pela Lupa é falsa. Argentina, Cuba e Venezuela anunciaram diversas medidas econômicas, entre elas programas de transferência de renda para ajudar as famílias e os trabalhadores formais e informais durante o período de pandemia da Covid-19.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, publicou em março um decreto que instituiu o programa Ingresso Familiar de Emergência (IFE), uma espécie de auxílio emergencial para trabalhadores de 18 a 65 anos que ficaram sem receber recursos durante a interrupção de suas atividades econômicas devido à pandemia. A ajuda é de 10 mil pesos (em torno de R$ 708) e foi paga nos meses de abril, junho e agosto. O governo argentino analisa pagar uma quarta parcela do auxílio, segundo a imprensa local. Além disso, a Argentina criou uma ajuda financeira de 3 mil pesos (cerca de R$ 213) para beneficiários de planos sociais e aposentados com renda mínima.
Na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro também anunciou em março um programa chamado “Quédate en Casa” (Fica em Casa), um auxílio destinado a 6 milhões de trabalhadores, no período de seis meses, para amenizar os efeitos econômicos durante a pandemia. Entretanto, não há informações oficiais sobre os valores que são pagos. A Agência espanhola de notícias EFE, por exemplo, estima que cada trabalhador receba 4,5 dólares mensais (em torno de R$ 24). Outros veículos locais dizem que esse valor é de 550.000 bolívares (cerca de R$ 8) ou de 715.000 mil bolívares (cerca de R$ 10,50).
Apesar de Cuba não ter lançado um programa oficial como Argentina e Venezuela, o governo anunciou em março uma série de medidas econômicas com foco nos trabalhadores durante a pandemia da Covid-19. Em casos de interrupção do trabalho, por exemplo, eles receberiam 100% do salário no primeiro mês, e se a situação continuasse, obteriam 60%. Os valores seriam bancados pelo governo cubano. Às pessoas que trabalham por conta própria (setor de serviços não estatais) e não puderam ser realocadas para outras atividades, o governo prometeu uma proteção social que não poderia ser inferior a um salário mínimo. “Os núcleos familiares que tenham insuficiência em seus rendimentos devido às medidas tomadas, podem ser protegidos pela Assistência Social, de acordo com a quantidade de pessoas que ali habitam”, explicou a ministra do Trabalho e Seguridade Social, Marta Elena Feitó Cabrera. Entretanto, não há informações de valores oficiais pagos.

Auxílio Emergencial no Brasil

O auxílio emergencial de R$ 600 foi criado para garantir uma renda mínima para a população mais pobre durante a pandemia de Covid-19 no Brasil e foi pago de abril até agosto. Podem ser beneficiários pessoas sem emprego formal com renda mensal até meio salário mínimo (R$ 522,50). Mães solteiras têm direito a acumular dois benefícios. O presidente Jair Bolsonaro, no início de setembro, anunciou que o auxílio emergencial seria prorrogado em mais quatro parcelas de R$ 300 (até o fim de dezembro).
Nota:‌ ‌esta‌ ‌reportagem‌ ‌faz‌ ‌parte‌ ‌do‌ ‌‌projeto‌ ‌de‌ ‌verificação‌ ‌de‌ ‌notícias‌‌ ‌no‌ ‌Facebook.‌ ‌Dúvidas‌ sobre‌ ‌o‌ ‌projeto?‌ ‌Entre‌ ‌em‌ ‌contato‌ ‌direto‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌‌Facebook‌.
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Carol Macário
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