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É falso que presidente da Caixa receberá R$ 10 milhões em acordo por caso de assédio
16.03.2023 - 18h37
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais publicação afirmando que a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, receberá R$ 10 milhões oriundos de um acordo com o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, acusado de assédio. A postagem diz que a presidente da instituição é a responsável por processar Guimarães e, ao mesmo tempo, por aceitar o acordo milionário que será pago a ela mesma. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
Estão vendo essa ‘linda’ senhora? Ela processou Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, por assédio. Daí, coincidentemente, ela virou presidente da Caixa e aceitou um acordo de R$ 10 milhões que serão pagos a ela mesma!!!
– Texto que circula em imagem no Instagram
Falso
A informação analisada pela Lupa é falsa. A Caixa Econômica Federal informou, por meio de nota, que a atual presidente do banco, Rita Serrano, não é beneficiária de nenhum acordo e nem possui ação pessoal contra o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães. A ação contra a Caixa em que deve ser firmado o acordo é movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que informou que o valor recebido será direcionado a projetos sociais.
Serrano também divulgou uma nota garantindo que não receberá valores provenientes do acordo entre Caixa e MPT. Ela também informou que irá acionar a justiça para punir veículos e pessoas envolvidas na disseminação de informações falsas sobre o caso.
As acusações de assédio sexual contra Guimarães foram realizadas por funcionárias da Caixa que não tiveram o nome revelado. O caso foi divulgado pelo portal Metrópoles em 28 de junho de 2022. Segundo a reportagem, os atos ocorreram, sobretudo, durante viagens a trabalho. Ao menos cinco funcionárias concordaram em dar entrevista sob anonimato. O caso foi investigado pelo Ministério Público Federal. A notícia provocou a exoneração de Guimarães em 29 de junho do ano passado.
A informação de que a Caixa pagará R$ 10 milhões ao MPT para encerrar o processo foi divulgada pelo Metrópoles em 6 de março deste ano. O nome de Serrano não é citado. O acordo, contudo, ainda não foi oficializado, informou a assessoria do MPT.
Inicialmente, o órgão pedia a condenação da Caixa em R$ 305 milhões pela omissão na investigação das denúncias contra Guimarães. Porém, segundo o Metrópoles, o valor foi alterado para R$ 10 milhões porque o processo se arrastaria por anos na Justiça e, provavelmente, seria bastante deduzido.
Serrano tomou posse como presidente da Caixa em 12 de janeiro deste ano, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Essa não é a primeira vez que a presidente da Caixa é alvo de desinformação. Em julho do ano passado, quando ocupava a função de representante dos funcionários do banco no Conselho de Administração da instituição, postagens nas redes sociais ironizavam supostas denúncias de assédio feitas por ela contra Pedro Guimarães. Serrano informou à época que não foi vítima de assédio do ex-presidente do banco.
Esse conteúdo também foi verificado por Aos Fatos e Folha de S.Paulo.
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