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Vídeo sobre homicídios na Aldeia Indígena de Serrinha é antigo e não foi gravado na Amazônia
16.05.2023 - 18h27
Rio de Janeiro - RJ
Vídeo mostra o relato desesperado de uma indígena sobre mortes que estariam acontecendo em uma aldeia chamada Serrinha. Texto que acompanha a postagem diz que o caso ocorreu na Amazônia e que um cacique recebeu dinheiro para matar seu próprio povo. O post também culpa o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela situação. É falso. 
O vídeo é antigo e foi gravado em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A aldeia da Serrinha não está localizada na Amazônia, mas no Rio Grande do Sul. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
ESPALHEM ESSE VÍDEO PARA QUE TODOS SAIBAM O QUE O LULA ESTÁ MANDANDO FAZER NA AMAZONIA.
Cacique Marciano da Aldeia Indigena de Serrinha recebeu proprina para matar os próprios Indios que não saírem das terras que o Desgoverno Lula quer entregar aos estrangeiros, segundo a denucia dessa Senhora da Tribo varias pessoas já foram Assassinadas na Região.
– Texto em vídeo compartilhado nas redes sociais
Falso
O vídeo circula fora de seu contexto original. O registro foi gravado e divulgado pela indígena Vãngri Kaingang em 16 de outubro de 2021, na Reserva Indígena Serrinha, localizada entre os municípios de Ronda Alta, Três Palmeiras, Engenho Velho e Constantina, região Norte do Rio Grande do Sul. Na ocasião, Vãngri denunciava o cacique Marciano Inacio Claudino por assassinar indígenas que eram contrários ao arrendamento ilegal de terras para plantio de soja. Duas pessoas foram mortas.
Em 9 de dezembro de 2021, a Polícia Federal prendeu o cacique e outras oito pessoas na operação batizada de “Kãgtén”, que na língua Kaingang significa “matar” ou “fazer matança”. A ação apurava a autoria e circunstâncias dos homicídios registrados em outubro daquele ano, além de delitos como tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e incêndio criminoso.
A Serrinha possui 12 mil hectares de área e uma população de 1.760 pessoas. A comunidade foi demarcada em 1911, pelo governo gaúcho (página 17), após inúmeros conflitos entre indígenas e colonos alemães e italianos. Nas décadas seguintes a área sofreu invasões de posseiros, madeireiros, pecuaristas, agricultores e granjeiros e passou a ser responsabilidade do governo federal. 
Nos últimos anos, a reserva ficou conhecida pela violência interna praticada entre grupos indígenas com intuito de controlar as áreas que serão cedidas para arrendamento para grupos não-indígenas – uma prática ilegal – e a gestão dos lucros obtidos. Um levantamento aponta que apenas 439 hectares poderiam render, por ano, R$ 1,2 milhão com o arrendamento da área agricultável da reserva
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