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PCC não planejou executar Lira e Pacheco caso Dino não vá para o STF
12.12.2023 - 18h06
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais um vídeo que alega que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) planejou executar os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), caso o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, não seja aprovado no Senado como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
PCC planeja executar Pacheco e Lira caso Flávio Dino não vá para o Supremo
– Legenda de vídeo compartilhado no WhatsApp
Falso
Uma investigação do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Federal identificou uma pesquisa minuciosa feita pelo PCC sobre endereços dos presidentes da Câmara e do Senado para uma "missão". Esse levantamento, no entanto, começou a ser produzido pela facção em 2022 – ou seja, é anterior ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao STF. Como os documentos não mencionam qual seria o plano contra os parlamentares, também não se pode afirmar que se tratava de uma execução.
As ações da facção contra os chefes das Casas Legislativas teriam como objetivo derrubar a Lei nº 13.964, de 2019, também conhecida como pacote anticrime, que criou dificuldades extremas para o PCC e outros grupos criminosos, endurecendo o regime carcerário e dificultando o comando dos líderes das facções no interior do sistema prisional. Além disso, o plano teria sido articulado para derrubar a proibição, feita em 2017, das visitas íntimas nos presídios do sistema federal, onde estão as cúpulas das facções criminosas do país, como PCC e Comando Vermelho.
Os agentes da Polícia Federal encontraram, em um celular de um dos alvos da investigação, fotos aéreas das residências oficiais de Lira e Pacheco, com comentários sobre os imóveis. As imagens foram capturadas na internet em 29 de novembro de 2022.
A Polícia Federal também encontrou registros de pesquisas sobre imóveis para compra na Península dos Ministros, no Lago Sul, em Brasília — região onde ficam as residências dos chefes do Legislativo. Para os investigadores, esses indicativos "demonstram que houve determinação da cúpula para que esse setor do PCC, a célula Restrita, realizasse esses levantamentos das referidas autoridades da República".
Segundo o relatório, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, que comandava o plano para sequestrar Moro em 2022, movimentou para Brasília três integrantes da Sintonia Restrita, setor do PCC responsável por ataques a autoridades e planos de resgate de presos.
De acordo com o depoimento de Nefo aos federais, a Sintonia Restrita foi criada para atuar em situações diferenciadas, de alto grau de sigilo e risco, normalmente a partir de ordens da cúpula, em casos de grande repercussão nacional, ligados a atentados contra autoridades e servidores públicos. 
O plano foi descoberto no âmbito do inquérito que desarticulou uma ação do PCC para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A investigação da Polícia Federal apontou que o PCC tinha olheiros para monitorar a casa do ex-juiz, além de sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e filhos.
Nota: Este conteúdo faz parte do projeto Mídia e Democracia, produzido pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI) em parceria com Democracy Reporting International e a Lupa. A iniciativa é financiada pela União Europeia.
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