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Lula e Bolsonaro são tema das verificações mais lidas do ano
27.12.2023 - 08h00
Porto Alegre - RS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), estão relacionados ao conteúdo de sete das dez verificações mais lidas no site da Lupa em 2023. Entre as mais acessadas há também desinformações envolvendo golpes e desastres naturais. 
Uma suposta arrecadação milionária em uma campanha, via Pix, para Bolsonaro foi a verificação mais lida do ano. Também figura entre as mais acessadas uma falsa crítica do “dono da Seara” aos bolsonaristas.
Lula, por sua vez, possui relação com metade das dez verificações mais lidas. Circularam ao longo de 2023 conteúdos desinformativos sobre o orçamento do Ministério da Agricultura, um suposto furto de canetas em reunião do G20 e a realização de um Feirão Limpa Nome pelo seu governo. Além disso, a esposa de Lula, Janja, e um dos filhos do petista figuraram entre as verificações com mais acesso no site neste ano.
Também chamou atenção dos leitores um falso anúncio do Walmart, as enchentes no Rio Grande do Sul e o caso de um homem agredido em São Paulo que possui semelhança física com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Veja as verificações mais lidas de 2023:
Vídeo que circulou no meio do ano afirmava que 88 milhões de pessoas doaram, via Pix, R$ 125 milhões ao ex-presidente para ajudá-lo com o pagamento de multas oriundas de processos judiciais. Porém, o valor exibido era referente ao total arrecadado na campanha de 2022 à reeleição.
Além disso, Bolsonaro não recebeu doações de 88 milhões de pessoas durante esse período. O narrador do vídeo cometeu um erro de leitura ao analisar os dados do DivulgaCandContas — Plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que agrega informações sobre receitas e despesas de campanha dos candidatos.
No início do ano, quando Lula assumiu a Presidência, viralizou um post afirmando que o orçamento do Ministério da Agricultura, em 2023, seria de R$ 1,5 bilhão, enquanto o Ministério da Cultura teria R$ 10 bilhões disponíveis.
Contudo, o orçamento aprovado para a Agricultura era de R$ 15,3 bilhões, conforme informação do parecer final da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Para a Cultura, estavam previstos R$ 5,2 bilhões.
A suposta falência da rede de supermercados Walmart no Brasil seria o motivo para a realização de uma "queima de estoque" com descontos de até 80%. Entretanto, o site com a “promoção” era apócrifo. Em nota, a assessoria da empresa negou as informações.
Vídeo com teor irônico sugeria que Lula furtou canetas em reunião do G20, na Índia. Contudo, os objetos que aparecem no vídeo eram, na verdade, dois lápis oferecidos pela organização da cúpula junto com um bloco de anotações. Logo, Lula não cometeu nenhum furto ao segurar e guardar os itens.
Post alegava que Fábio Luís Lula da Silva – também conhecido como Lulinha –, filho de Lula, teria sido preso na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por levar aproximadamente 32 quilos de pasta base de cocaína. Não há, entretanto, nenhuma informação sobre sua suposta prisão.
Além disso, o homem mostrado no print da falsa notícia era o miliciano e ex-policial militar do Rio de Janeiro Adriano da Nóbrega. Ele foi morto na Bahia durante confronto com a polícia em 9 de fevereiro de 2020.
Uma publicação que circulou em janeiro dizia que um homem em uma foto com Janja e outras mulheres era um traficante internacional de drogas preso enquanto almoçava no Rio de Janeiro. Entretanto, quem estava na imagem era Moacir Bortolozo, amigo da primeira-dama. 
O post viralizou, provavelmente, porque um homem investigado por tráfico foi preso enquanto almoçava em um restaurante na Barra da Tijuca, no Rio, em 15 de janeiro. O indivíduo foi capturado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul e seu nome é Fernando Luiz Doval Júnior.
Publicações que circularam em julho indicavam que um homem que aparecia em um vídeo xingando apoiadores de Bolsonaro era o dono da fabricante de alimentos Seara. A Lupa conseguiu localizar o personagem, que se chama Paulo Seara e trabalha com terraplanagem. Por telefone, ele disse que não possui nenhuma relação com a empresa pertencente ao Grupo JBS.
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em setembro, originaram uma onda de desinformação nas redes sociais. Um dos post que viralizou alegava que abertura de comportas das três barragens no Complexo Energético Rio das Antas – região afetada pelas chuvas – teria acelerado a inundação. 
Contudo, a Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul relatou não haver evidências de que as barragens tenham influenciado no aumento da enxurrada. A Lupa também consultou pesquisadores que atuam na região. Segundo eles, as barragens no local não são capazes de controlar enchentes, uma vez que elas foram construídas para gerar energia elétrica e suas comportas não armazenam água.
Post que circulou em junho dizia que Lula criou um programa chamado “Feirão Limpa Nome” para que pessoas com dívidas pudessem fazer negociações dos débitos. A publicação ainda trazia um link que direcionava a uma página que usa informações da empresa Serasa.
O site, contudo, utilizava símbolos e o nome da Serasa de forma fraudulenta. Mesmo sem inserir dados ou informações pessoais, era apresentado um falso valor de dívida vinculado ao CPF. Quando o post viralizou existia apenas um esboço do “Desenrola Brasil”, programa de renegociação de dívidas do governo federal lançado em julho.
Vídeo que circulou em outubro mostrava dois homens trocando socos, enquanto a legenda que acompanhava a publicação dizia que um dos indivíduos era o ministro do STF Alexandre de Moraes. A gravação, na verdade, mostrava uma briga entre um segurança de um condomínio e um motoboy em São Paulo, na noite de 6 de outubro. A assessoria de imprensa do STF confirmou que não se tratava de Moraes, assim como a administração do prédio em frente ao local onde ocorreu a briga.

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Ítalo Rômany
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