UOL - O melhor conteúdo
Lupa
É falso que homem preso com bombas e estilingues, em 8 de janeiro de 2023, era um infiltrado
09.01.2024 - 13h01
Porto Alegre - RS
Post que circula nas redes sociais traz o vídeo do momento em que um homem é preso na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado, quando ocorreu a invasão aos prédios dos Três Poderes. A pessoa que faz a gravação afirma que se trata de um infiltrado que estava junto aos bolsonaristas para jogar bombas nas pessoas. É falso.
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
Força Nacional aqui atuando. Estamos aqui na esplanada e, neste momento, nós pegamos aqui um cidadão que estava infiltrado no meio dos bolsonaristas para poder causar o terror e dizer que foi o pessoal. Aqui está o material dele, bomba, coquetel molotov e gasolina. Tudo isso aqui. Mais um trabalho da Força Nacional aqui, tirando mais um aqui de circulação que está infiltrado, pessoal, jogando bomba nas pessoas de bem para dizer que é os bolsonaristas
– Fala em vídeo que, até as 17h de 8 de janeiro de 2024, possuía 7.056 visualizações no X
Falso
O homem preso no vídeo se chama Antônio Geovane Sousa de Sousa, à época com 23 anos. Ele não era um infiltrado na tentativa frustrada de golpe de Estado. Quando foi detido, Sousa afirmou aos policiais que morava no estado do Pará, que estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército desde o dia 15 de novembro de 2022 e que era um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como consta no registro da prisão em flagrante.
Trecho do Boletim de Ocorrência registrado na prisão de Antônio Geovane Sousa de Sousa
Em depoimento à polícia, ele disse que estava na capital federal para protestar contra o comunismo que seria instaurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sousa foi detido em flagrante antes da invasão dos prédios dos Três Poderes por portar duas mochilas com bombas, maçarico, gasolina, álcool, estilingues e materiais usados para fazer coquetel molotov, como isqueiro e pano molhado com combustível. 
Ele era morador da cidade de Novo Progresso (PA) e estava foragido da polícia desde 2018. Naquele ano, Sousa foi detido em uma investigação por esfaquear um homem até a morte. Porém, fugiu do local e permaneceu como foragido da Justiça até ser preso em Brasília. Ele também possui passagens pela polícia por violência contra a mulher e tráfico de drogas. 
Por ser suspeito de ter praticado um homicídio, um mandado de prisão foi expedido contra Sousa ainda naquele 8 de janeiro. Em 15 de dezembro do ano passado, o nome de Sousa constava na lista de 18 detentos que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu liberdade provisória. Até então, ele estava detido na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Entre as medidas cautelares impostas a Sousa estão o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico à comarca de origem em Novo Progresso (PA), entrega de passaporte e proibição do uso de redes sociais.

Leia também


Esta‌ ‌verificação ‌foi sugerida por leitores através do WhatsApp da Lupa. Caso tenha alguma sugestão de verificação, entre em contato conosco.
Editado por
Clique aqui para ver como a Lupa faz suas checagens e acessar a política de transparência
A Lupa faz parte do
The trust project
International Fact-Checking Network
A Agência Lupa é membro verificado da International Fact-checking Network (IFCN). Cumpre os cinco princípios éticos estabelecidos pela rede de checadores e passa por auditorias independentes todos os anos.
A Lupa está infringindo esse código? FALE COM A IFCN
Tipo de Conteúdo: Verificação
Conteúdo de verificação de informações compartilhadas nas redes sociais para mostrar o que é falso.
Copyright Lupa. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização.

Leia também


18.09.2024 - 17h20
Política
Vídeo manipula falas de jornalistas da GloboNews e sugere ordem do STF para incêndios

Um vídeo mostra comentários de Eliane Cantanhêde e Miriam Leitão, na GloboNews, sugerindo que o STF teria ordenado incêndios. É falso. As falas, retiradas de diferentes programas exibidos no dia 23 de novembro de 2023, discutiam a PEC que limita decisões monocráticas do Supremo, sem qualquer ligação com os incêndios que atingem o Brasil.

Catiane Pereira
18.09.2024 - 16h51
Redes
É falso que STF decretou o fim do sigilo bancário

Circula pelas redes sociais um vídeo no qual um homem afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou o “fim do sigilo bancário no Brasil”. É falso. A decisão do STF apenas reconhece a constitucionalidade da responsabilidade das instituições financeiras de fornecerem informações sobre seus clientes aos órgãos fiscais estaduais para fiscalização.

Gabriela Soares
18.09.2024 - 15h34
Política
Jair Bolsonaro não declarou apoio a Pablo Marçal; vídeo foi feito com IA

Circula pelas redes sociais um vídeo que mostra uma mensagem de Jair Bolsonaro em apoio ao candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB). É falso. Ferramentas de detecção de Inteligência Artificial indicam que o conteúdo foi gerado artificialmente.

João Pedro Capobianco
18.09.2024 - 14h14
Política
Kamala Harris, Michelle Obama e Brigitte Macron não são mulheres trans

Circula nas redes sociais um vídeo em que um homem afirma que Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos; Michelle Obama, esposa do ex-presidente Barack Obama; e Brigitte Macron, primeira dama da França, “nasceram homens”. É falso. Todas são mulheres cisgêneros, isto é, nasceram com o sexo feminino e se identificam com ele.


Evelyn Fagundes
18.09.2024 - 14h07
Política
Comunicado sobre expediente militar no desfile de 7 de setembro não incluía Brasília

Circula, pelas redes sociais, um comunicado do Comando Militar do Leste (CML) com instruções para o expediente militar em 7 de setembro de 2024. Postagens alegam que a ordem expressa justifica o público no desfile cívico em Brasília. É falso. O CML não atua no Distrito Federal e disse que vai abrir processo disciplinar “para apurar possíveis transgressões”.

João Pedro Capobianco
Lupa © 2024 Todos os direitos reservados
Feito por
Dex01
Meza Digital