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Não há indícios de que o MST tenha destruído lavoura de café em Rondônia
30.01.2024 - 17h44
Porto Alegre - RS
Post que circula nas redes sociais mostra o emocionado relato de um agricultor sobre atos de vandalismos realizados em sua lavoura de café, em Migrantinópolis, interior de Rondônia, em 10 de janeiro de 2024. A legenda que acompanha o post afirma que a “turma do MST” foi a responsável por cortar as mudas de café. É falso.
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
A COVARDIA NÃO PARA A turma do MST, cortou toda a lavoura de " CAFÉ" do agricultor que trabalhou no sol e Chuva para sustentar sua família. DATA: 10/01/2024.
– Texto em vídeo que circula nas redes sociais
Falso
Não há indícios de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) seja o responsável por vandalizar a lavoura de café registrada no vídeo. As imagens foram gravadas pelo agricultor Ronieli Hel, em 10 de janeiro, na linha 144 do distrito de Migrantinópolis, município de Novo Horizonte do Oeste (RO). Ele descartou o envolvimento do grupo no caso. 
No vídeo, Hel afirma que foram cortadas mais de 2,8 mil mudas de café e mangueiras de irrigação. Em momento algum ele cita o MST como suspeito do crime.
Em áudio enviado à equipe da Lupa, Hel afirmou que o crime não foi praticado pelo movimento social. "Aqui não foi uma ação do MST. Já fui no delegado e esperamos as investigações fluírem. Até o momento, não sabemos quem foi. Mas a questão do MST está encerrada, não tem possibilidade, não foi o MST que fez o serviço aqui", afirmou o cafeicultor.
Em nota enviada à Lupa, o MST afirma que não possui participação no crime e que tem atuado no Estado de Rondônia na produção e comercialização de alimentos saudáveis, além da organização de famílias sem terra na luta pela reforma agrária popular.
“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não pactua e não atuou na destruição da lavoura do produtor de café, no distrito de Migrantinópolis, em Novo Horizonte (RO). Na denúncia, nas redes sociais, realizada pelo cafeicultor Ronieli Hel, proprietário da área, sequer cita o nome do MST”, afirma o movimento em nota
Em entrevista ao g1, o delegado que investiga o caso afirmou que objetivo da ação criminosa era vandalizar a propriedade, já que objetos de valor não foram levados. A família Hel é conhecida entre os cafeicultores por já ter ganho diversas premiações no setor.
A Lupa entrou em contato com a Delegacia Regional de Rolim de Moura (RO), que investiga o caso, e com a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia (Sesdec), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A verificação será atualizada, caso os órgãos de segurança pública se manifestem.
Esse conteúdo também foi verificado por Estadão Verifica e Boatos.Org.

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Evelyn Fagundes
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