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É falso que Israel cancelou contrato de importação de tecnologia que detecta câncer de mama e de próstata
28.02.2024 - 17h27
Rio de Janeiro - RJ
O texto foi atualizado com a nota do Ministério da Saúde de Israel.
09.09.2024 - 07h44
Uma mensagem alega que Israel decidiu cancelar um contrato de importação com o Brasil de uma tecnologia que detecta câncer de mama e de próstata “a partir da primeira célula”. Segundo o texto, o contrato foi estabelecido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a tecnologia começaria a chegar no país a partir de agosto de 2024. É falso
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
Israel inventou um aparelho que detecta câncer de mama e de próstata a partir da primeira célula. E faz a retirada sem cortes. Bolsonaro fez um contrato de importação desse aparelho, que começaria a vir a partir de agosto de 2024. Hoje, Israel cancelou todos os contratos
– Legenda de imagem que circula pelo WhatsApp
Falso
Não foi cancelado nenhum contrato de importação de uma tecnologia oncológica israelense, solicitado durante o governo de Jair Bolsonaro. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) informam que não existe qualquer contrato de importação de aparelho para tratamento de câncer junto ao governo de Israel. Além disso, o Ministério da Saúde de Israel afirma que o aparelho e a tecnologia não existem e, portanto, nenhum contrato sobre o suposto equipamento foi assinado.
O boato começou a se espalhar pelas redes após fala do presidente Lula sobre a atuação de Israel na Faixa de Gaza durante uma entrevista coletiva em Adis Abeba, na Etiópia, no dia 18 de fevereiro. Lula comparou a ação das forças de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de milhões de judeus durante o governo nazista de Adolf Hitler. Em reação, o governo israelense declarou Lula "persona non grata" no país
Não é a primeira vez que um conteúdo desinformativo sobre a importação de uma tecnologia oncológica é associado a Bolsonaro. Em 2021, uma publicação afirmava que o então presidente teria autorizado a importação de uma tecnologia israelense que extraia tumores sem a remoção da mama. No entanto, o Ministério da Saúde esclareceu que a mensagem era falsa.
A  Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) esclarece em nota que “detectar o câncer a partir da primeira célula é um desafio científico e tecnológico que ainda não foi atingido”. A instituição informa que o principal método de detecção precoce do câncer em Israel continua sendo a mamografia, assim como acontece no Brasil.
Vale ressaltar que existem pesquisas em desenvolvimento para aprimorar o diagnóstico de câncer de mama. Um método desenvolvido por cientistas brasileiras da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) permite a detecção do câncer de mama pelo sangue, uma espécie de biópsia líquida. Além disso, também está sendo pesquisado o uso de Inteligência Artificial e a invenção de um “sutiã” para o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Em relação a detecção do câncer de próstata, ainda é recomendado um exame de sangue para dosagem do antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) e o toque retal. Novas tecnologias envolvendo o diagnóstico da doença também existem, mas com acesso ainda limitado, como a biópsia transperineal, a patologia digital e algoritmos de inteligência artificial
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Carol Macário
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