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É falso que mulher foi morta por denunciar abusos sexuais no Marajó
12.03.2024 - 16h15
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais um vídeo no qual uma mulher afirma que, após denunciar abusos sexuais de crianças na Ilha de Marajó, no Pará, uma pessoa de nome Maricélia, de 39 anos, teria sido assassinada como forma de retaliação. É falso
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
Mulher que deu entrevista denunciando os abusos lá no marajó é encontrada morta. (...)
– Legenda de vídeo que circula pelo WhatsApp
Falso
A morte de Maricélia Pereira Leal, conhecida como Macuxi, assassinada no dia 23 de novembro de 2023, não tem relação com denúncias de abuso infantil no Marajó. Em nota, a Polícia Civil do Amazonas disse que as investigações indicam que a mulher foi assassinada por ordem de traficantes em retaliação a uma suposta denúncia de tráfico de drogas no bairro Mamud Amed, em Itacoatiara, no Amazonas.
No dia 22 de novembro, Maricélia Pereira chegou a relatar um ataque a facadas em entrevista ao Portal LCJ. Ela mostrou os ferimentos e disse que foi esfaqueada após negar dinheiro para um dependente químico. Segundo a imprensa local, ela tratou os ferimentos em um hospital da região e registrou um boletim de ocorrência na delegacia do município. Contudo, no dia seguinte à entrevista, ela teve a casa invadida e foi assassinada.
Segundo o delegado Lázaro Mendes, da Delegacia Interativa de Polícia de Itacoatiara, o mandante do crime, identificado como Adriano Felipe Stone Ferreira, foi preso no dia 20 de fevereiro de 2024. Um adolescente também estaria envolvido, segundo a polícia.
A peça desinformativa que circula pelas redes sociais distorce um vídeo compartilhado por um perfil de notícias local. A legenda da publicação original afirma que a mulher concedeu uma entrevista e no dia seguinte foi morta. No entanto, não há nenhuma menção à Ilha de Marajó nas imagens ou durante a gravação.
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Ítalo Rômany
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