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Vídeo de porcos queimados vivos é antigo e não tem relação com o MST
14.03.2024 - 12h43
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra porcos sendo queimados vivos. A legenda do post alega que o ato teria sido cometido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Mato Grosso do Sul. É falso.
Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
ISSO FOI O MST NO MATO GROSSO DO SUL. Invadiram terras, depredaram expulsaram os trabalhadores e de forma cruel queimaram e enterraram animais, assistam, denuncie, façam esse vídeo correr o mundo
– Legenda do vídeo que circula nas redes sociais
Falso
O vídeo não é atual e nem tem relação com o MST. Por meio de ferramentas de busca reversa de imagem, a mesma gravação foi localizada em publicações feitas no Twitter em janeiro de 2019. Os posts antigos informam que o caso ocorreu na China, não no Mato Grosso do Sul. 
Busca reversa mostrou que o mesmo vídeo foi publicado em 2019
O registro é citado pela organização internacional Kinder World. Segundo a iniciativa, que se define como um projeto educacional dedicado a incentivar a compaixão pelos animais, o vídeo em que porcos são queimados vivos foi gravado na China em dezembro de 2018.
A Kinder World afirmou que a queima dos animais vivos é uma prática “padrão para matar porcos sempre que há medo de infecção por vírus na China”. No caso específico do vídeo analisado pela Lupa, os porcos eram portadores do vírus da chamada “peste suína africana” (PSAV).
Em setembro de 2018, outra organização defensora dos animais, a Compassion in World Farming, do Reino Unido, emitiu uma nota de repúdio para a matança de porcos na China. Segundo a iniciativa, os animais estariam sendo enterrados vivos naquele ano por conta da peste suína africana. No comunicado, a Compassion in World Farming exibe outro vídeo, de teor noticioso, que mostra porcos sendo colocados numa espécie de cova e afirma que os animais foram abatidos. 
Segundo uma publicação feita pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, a peste suína africana foi descoberta pela primeira vez no país em 2018. Na época, portais brasileiros como UOL e G1 noticiaram sobre os casos da doença na China. Em outubro daquele ano, 200 mil porcos teriam sido sacrificados por conta da peste suína africana. 
Verificação similar foi feita por Boatos.org, Estadão Verifica e Aos Fatos.

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Esta‌ ‌verificação ‌foi sugerida por leitores através do WhatsApp da Lupa. Caso tenha alguma sugestão de verificação, entre em contato conosco.

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