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É falso que Zezé Di Camargo foi um dos financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro
03.05.2024 - 16h37
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais uma mensagem que diz que o cantor Zezé Di Camargo, nome artístico de Mirosmar José de Camargo, foi um dos financiadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O texto afirma ainda que a Polícia Federal (PF) confirmou o envolvimento financeiro do artista para a realização dos atos golpistas. É falso
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
Bolsonaristas. A POLÍCIA FEDERAL confirmou que Mirosmar, vulgo ZÉZÉ DE CAMARGO foi um dos financiadores da tentativa de golpe de Estado em 8/1. Aos poucos A CASA VAI CAINDO
– Legenda de imagem que circula pelo WhatsApp
Falso
A Polícia Federal não se pronunciou sobre um suposto financiamento do cantor Zezé Di Camargo para os atos antidemocráticos de janeiro de 2023, quando golpistas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes em Brasília. No site da instituição não há qualquer menção ao artista. Em nota, a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF) informou que não há investigação contra o cantor no sistema de consulta processual do tribunal. 
O STF instaurou sete inquéritos para apurar condutas relacionadas aos atos de 8 de janeiro. O inquérito 4920 investiga financiadores e pessoas que tenham, de alguma forma, participado com auxílio material. O processo tramita em segredo de justiça. 
Uma busca por “Mirosmar José de Camargo” no portal de processos do STF apresenta três menções ao cantor, mas nenhuma delas tem relação com os atos antidemocráticos. Todos aparecem como concluídos e o mais recente é de 2016. 
Vale ressaltar também que não foi citado nenhum “Mirosmar” na lista de empresas e pessoas apontadas pela Advocacia-Geral da União como financiadores do transporte dos golpistas para Brasília em janeiro de 2023. 
Em entrevista à Folha de S. Paulo em janeiro de 2023, o artista falou sobre posicionamento político e disse não tomar lado no cenário de polarização. “Já cedi música de graça para campanhas políticas pensando em um país melhor. Cheguei à conclusão que não era o melhor para o Brasil e mudei de opinião. Não sou Bolsonaro, não sou Lula, sou Brasil”, afirmou o cantor na ocasião. 
Procurada pela Lupa sobre as afirmações da peça desinformativa, a assessoria de imprensa do cantor não retornou contato até a publicação desta verificação. 
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Carol Macário
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