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Enchentes no RS: piadas e memes são outro desastre na tragédia
08.05.2024 - 18h35
Rio de Janeiro - RJ
Alerta: este artigo contém conteúdo sensível
14.09.2024 - 15h49
As enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul não só provocaram um desastre natural como também desencadearam uma série de desinformações. Uma dessas falsas alegações sugeria que as doações estavam sendo retidas até a chegada do presidente, o que foi rapidamente desmentido pelas autoridades. 
Além disso, houve outros rumores, como o de que os corpos encontrados nas áreas afetadas estavam sendo manipulados para aumentar a contagem de vítimas, o que também foi prontamente refutado. Tais incidentes sublinham a enorme necessidade de uma cobertura jornalística responsável e de  verificação rigorosa dos fatos em tempos de crise, assim como a importância de verificar as informações antes de disseminá-las.
Mídia e redes sociais: o poder da imagem e a responsabilidade
Um exemplo marcante da manipulação de informações durante as enchentes no Rio Grande do Sul envolve um vídeo que supostamente mostrava cães resgatados na tragédia. No entanto, o "Estadão Verifica" revelou que o vídeo é enganoso, pois a gravação circula desde novembro de 2023, bem antes do desastre ambiental que atingiu o estado. Apesar de mais de 3,2 mil animais terem sido realmente resgatados pelas equipes do poder público durante o evento, o vídeo em questão mostrava um abrigo de animais que não tinha relação com as enchentes recentes.
Esse caso destaca os desafios enfrentados na verificação de conteúdos nas redes sociais, especialmente em situações de crise, quando a desinformação pode se espalhar rapidamente. 
A recomendação é sempre realizar verificações independentes, como a busca reversa de imagens, para confirmar a veracidade das informações antes de compartilhá-las. Este episódio deixa clara  a responsabilidade que todo cidadão tem no consumo e na distribuição de informações durante emergências.
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Viralização da tragédia: entre sensibilidade e insensibilidade
O sofrimento capturado em fotos e vídeos se transformou, para alguns, em material para memes e comentários insensíveis. A participação de figuras públicas nesse ciclo, às vezes de maneira inadvertida, tem levado a opinião pública a discussões recorrentes sobre os limites entre o humor e a responsabilidade social, especialmente em contextos de dor e perdas coletivas.
Outro episódio de insensibilidade são os comentários e piadas que banalizam a tragédia por envolver  pessoas da região Sul do país, em tom discriminatório.
Televisão e redes: onde traçar a linha ética?
A complexidade da ética jornalística na televisão foi destacada recentemente quando um conflito de informações surgiu entre duas grandes redes de televisão, SBT e Globo, sobre a situação das doações nas enchentes do Rio Grande do Sul. O SBT veiculou uma reportagem que desmentia alegações anteriores da Globo sobre o bloqueio de doações. No entanto, a reportagem logo desapareceu das plataformas digitais do SBT, levantando questões sobre pressões externas ou reconsiderações editoriais internas. 
A situação se complicou quando, após a controvérsia entre as reportagens do SBT e da Globo sobre o bloqueio de doações no Rio Grande do Sul, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) emitiu uma nota oficial
A nota esclareceu que não houve qualquer bloqueio oficial de doações por parte da agência e que as alegações feitas inicialmente não correspondiam à realidade dos fatos. Este comunicado da ANTT destacou a importância do jornalismo preciso e fundamentado, especialmente em cenários de crise, onde a desinformação pode ter impactos negativos reais na eficácia dos esforços de ajuda e na percepção pública da gestão de desastres. Ainda assim, a nota deixa aberto a possibilidade de que possa ter acontecido este episódio de forma pontual.

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