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É falso que Alexandre de Moraes ordenou prisão da deputada Paula Belmonte
26.06.2024 - 17h29
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais um vídeo afirmando que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu a prisão da deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania-DF). Segundo o post, o mandado de prisão se deu em razão de supostas declarações que a parlamentar fez, alegando que Moraes se tornou ministro após chantagear o ex-presidente Michel Temer (MDB). O vídeo afirma ainda que Moraes teria contratado um hacker e ameaçado vazar fotos íntimas da esposa de Temer caso não fosse indicado como ministro do STF. É falso. 
Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​: 
“Alexandre de Moraes expediu uma ordem de prisão nesta quinta-feira para a deputada Paula Belmonte por expor no parlamento dos Estados Unidos que Moraes se tornou ministro da Suprema Corte por conta de uma chantagem que fez ao ex-presidente Michel Temer, onde Moraes solicitou os serviços de um hacker para chantagear Temer com fotos eróticas de sua esposa para que Moraes fosse indicado para a vaga de Teori Zavascki”

– Transcrição de trecho do vídeo que circula nas redes sociais
Falso
O ministro Alexandre de Moraes não expediu ordem de prisão para a deputada distrital Paula Belmonte. O conteúdo do vídeo que circula nas redes sociais foi contestado pelas assessorias de imprensa da parlamentar e do Supremo Tribunal Federal. “Não localizamos qualquer decisão nesse sentido”, disse o setor de comunicação do STF, em nota encaminhada à Lupa
Outra versão da mesma desinformação alega, ainda, que Mike Johnson, presidente da Câmara dos Estados Unidos, teria atuado para proteger Belmonte contra Moraes. Ele teria oferecido asilo político à parlamentar sob proteção do Congresso estadunidense, o que também foi negado pela assessoria da deputada distrital.
“São falsos os vídeos que circulam na internet sobre a suposta prisão da deputada distrital Paula Belmonte, que teria sido expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, além de outra versão do mesmo tema, em que também é citada a suposta intervenção do presidente da Câmara dos Estados Unidos, Mike Johnson, em decisões da Suprema Corte brasileira”, disse a assessoria, em comunicado enviado à Lupa. “Os vídeos circulam com o mesmo intuito de gerar desinformação. Ambos os conteúdos são inverídicos. Ao contrário do que dizem os vídeos, a deputada esteve sim, nos Estados Unidos recentemente, mas foi para participar de um programa de aprimoramento no tema Primeira Infância, sua principal pauta como parlamentar.

Extorsão de Marcela Temer

O vídeo desinformativo ainda deturpa o caso do hacker que tentou extorquir a mulher do ex-presidente Michel Temer, Marcela Temer, por meio de chantagem. Não é verdade que Moraes contratou esse criminoso para forçar a sua indicação para o STF. O conteúdo distorceu o caso, ocorrido em 2016.
O hacker Silvonei José de Jesus Souza conseguiu invadir as contas de Marcela depois de comprar um HD na rua Santa Ifigênia, no centro da capital paulista. A partir do conteúdo dos arquivos do aparelho, ele conseguiu invadir a conta do iCloud da então primeira-dama. De posse dos dados extraídos do iPhone e do iPad dela, Souza tentou extorquir Marcela. 
Sob o comando do então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para localizar e prender o hacker. Como o caso foi resolvido rapidamente, após a investigação Moraes foi convidado para integrar o Ministério da Justiça e, posteriormente, indicado por Temer como ministro do Supremo Tribunal Federal. O hacker foi julgado e condenado a cinco anos, dez meses e 25 dias de prisão em regime fechado.

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