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É falso que celular de Adélio Bispo está ‘trancado a 7 chaves’ e não foi periciado
01.08.2024 - 11h00
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais a alegação de que o celular de Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, não teria sido periciado. A publicação compara o caso com a perícia realizada pelo FBI no celular de Thomas Matthew Crooks, responsável pelo atentado contra o ex-presidente Donald Trump, em 13 de julho de 2024. É falso. 
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
“A justiça dos EUA autorizou o FBI acessar o celular do atirador 8 horas após atentado [contra Donald Trump]. Aqui o [celular] do Adélio continua trancado a 7 chaves a cinco anos e oito meses. A esquerda é igual em todos os lugares mas a Justiça NÃO”
– Texto em imagem que circula nas redes sociais
Falso
A Polícia Federal (PF) realizou a perícia de quatro celulares e de um notebook de Adélio Bispo de Oliveira. A quebra do sigilo dos dados do criminoso foi autorizada pela Justiça em 8 de setembro de 2018, dois dias após a facada contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro. Além disso, a PF fez buscas em uma lan house de Juiz de Fora (MG), onde o agressor esteve, e apreendeu seis computadores usados por ele. Ou seja, é falso que o celular de Adélio Bispo “continua trancado a 7 chaves”.
Vale mencionar que a PF abriu dois inquéritos para investigar as movimentações financeiras e as ligações telefônicas de Adélio Bispo. Ambas as investigações concluíram que ele agiu sozinho. Após a facada, surgiu a hipótese de um mandante do crime, porém essa suspeita foi descartada pelos agentes. No segundo inquérito, os agentes analisaram 2 terabytes de arquivos de imagens, 350 horas de vídeo, 600 documentos, 700 gigabytes de dados de mídia e 1.200 fotos para chegar aos resultados mencionados.
Especialistas técnicos do FBI, conseguiram acessar o celular de Thomas Matthew Crooks, responsável pelo atentado contra Donald Trump, em 15 de julho de 2024 — dois dias após o atentado do dia 13 de julho —, e a investigação segue em curso.

Boato requentado

Essa não é a primeira vez que circulam publicações enganosas afirmando que o aparelho celular de Adélio Bispo não foi periciado. Em 2021, por exemplo, a Lupa desmentiu um boato semelhante. Na ocasião, a comparação era feita com a perícia que estava sendo realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na investigação da morte do menino Henry Borel Medeiros.
Um ano antes, em setembro de 2020, a Lupa mostrou que era falsa a alegação de que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) teriam impedido a quebra de sigilo do celular de Bispo. 

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