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Mulher que aparece em vídeo de kickboxing não é lutadora trans
02.08.2024 - 13h48
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra duas mulheres lutando kickboxing. A legenda do post diz que se trata de um homem que "se considera mulher" batendo em uma lutadora mulher, sugerindo que uma das atletas é uma pessoa trans. É falso.
Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​: 
Você acabou de assistir um homem bater em uma mulher de forma ‘legalizada’ porque ele simplesmente se considera mulher

– Legenda do vídeo que circula nas redes sociais
Falso
As mulheres que aparecem no vídeo não são transsexuais. Ambas são mulheres cisgênero (termo usado para designar pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer). As boxeadoras filmadas são Anissa Meksen, da França, e Cristina Morales, da Espanha. As imagens mostram uma competição de kickboxing em 2021. É possível assistir à gravação completa da luta delas no YouTube.
O post desinformativo sugere que Anissa Meksen seja trans, o que é falso. Buscando por conteúdos jornalísticos, não é possível identificar nenhuma reportagem em veículos de imprensa que falem sobre Meksen não ser uma mulher cisgênero. A kickboxer luta desde os 12 anos. “Aos 13, fiz minha primeira luta e me tornei campeã francesa naquela idade e peso. Imediatamente, despertou em mim o desejo de me tornar campeã mundial indiscutível um dia”, diz ela, na página oficial de uma competição. No Instagram, Meksen já compartilhou registros da sua infância.
A Lupa recebeu o vídeo desinformativo de leitores no WhatsApp recentemente, enquanto ocorrem os Jogos Olimpícos de Paris. No entanto, como foi dito, trata-se de um vídeo antigo, de setembro de 2021. 
Não é a primeira vez que essa gravação é utilizada em narrativas falsas. Em março de 2023, o Estadão Verifica e o Observador — site de checagem de fatos de Portugal — também verificaram o mesmo vídeo e concluíram que as lutadoras Anissa Meksen e Cristina Morales não são transsexuais. 
Também não é a primeira vez que a Lupa verifica um conteúdo que mente sobre o gênero de lutadoras mulheres. Em março do ano passado, circulou pelas redes um post afirmando que uma mulher cisgênero estava lutando com uma mulher trans. No entanto, tratava-se de um confronto intergênero de MMA entre um homem e uma mulher, no qual nenhum dos dois se identificava como pessoa trans. O combate ocorreu na Polônia em outubro de 2021.

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Este conteúdo faz parte do projeto Mídia e Democracia, produzido pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI) e a FGV Direito Rio em parceria com Democracy Reporting International e a Lupa. A iniciativa é financiada pela União Europeia.

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Catiane Pereira
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