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É antigo vídeo que mostra militares espancando uma pessoa na Venezuela
13.08.2024 - 14h51
Porto Alegre - RS
Post nas redes sociais traz um vídeo que mostra uma pessoa sendo espancada, no meio da rua, por um grupo que veste roupas de policiais militares. É possível ouvir comentários em espanhol. A legenda afirma se tratar da milícia do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que teria sido flagrada espancando manifestantes que são contra as fraudes nas eleições venezuelanas. Falta contexto.
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
URGENTE - Milícia se Maduro é flagrada espancando manifestante que são contra as fraudes nas eleições venezuelanas!
– Texto em vídeo que, até 17h29 do dia 12 de outubro de 2024, havia recebido 20,8 mil visualizações no X
Falta contexto
O vídeo é antigo. Uma busca reversa pelas imagens indicou que o vídeo circula no X desde o dia 27 de julho de 2017. As imagens foram registradas no bairro Bello Campo, no município de Chacao, na zona metropolitana de Caracas, na Venezuela. 
Conforme a imprensa local, membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) espancaram e atiraram à queima-roupa em um jovem que estava protestando às vésperas da eleição da Assembleia Nacional Constituinte. O protesto ocorreu no contexto de uma greve geral de 48 horas convocada pela Mesa de Unidade Democrática (MUD), de oposição, contra o pleito marcado para 30 de julho de 2017. 
A mobilização provocou, pelo menos, 15 mortes, o que não impediu o governo Maduro de dar prosseguimento à eleição que elegeu 545 pessoas com intuito de alterar a Constituição - sem a presença da oposição
Em 5 de agosto de 2017, o colegiado destituiu a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz do cargo. Diaz também perdeu o direito de exercer qualquer cargo público, teve os seus bens congelados e foi impedida de sair do país. A procuradora, que acusava Maduro de comandar um "Estado policial" e de cometer "terrorismo de Estado", fugiu de Caracas antes de ser presa e conseguiu asilo na Colômbia.
A Assembleia Constituinte, em 18 de agosto de 2017, assumiu o poder de aprovar leis, competência que cabia anteriormente ao Congresso. A dissolução do Parlamento - onde a oposição era maioria - foi condenada por 12 países americanos, incluindo o Brasil.
Em dezembro de 2020, a Assembleia Constituinte da Venezuela foi dissolvida sem ter redigido a nova Constituição. O fim do colegiado ocorreu após Maduro retomar o controle do Parlamento em uma eleição polêmica, sem observação internacional qualificada e em meio a acusações antecipadas de fraude pela oposição.

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João Pedro Capobianco
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