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É falso que Goiás enfrenta um 'surto' de mpox
27.08.2024 - 15h16
João Pessoa - PB
Circula nas redes sociais uma imagem juntamente com um áudio alertando sobre um possível surto de mpox [conhecida anteriormente como varíola dos macacos] em Goiás. O registro mostra uma pessoa com diversas feridas nas costas e é apontado como um dos casos que estão ocorrendo no estado. "Tá tudo tomado", diz o áudio. É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
Gente, deixa eu falar uma coisa pra vocês. Vocês viram que tá chegando uma doença muito letal que acho que é o mpox. Então agora chegou uma paciente lá no cais Nova era, foi intubada, toda tomada que ela dá tipo umas verrugas avermelhadas no corpo todo e é super letal. Dá muito cansaço e falta de ar no paciente e tem que entubar o paciente e é gravíssima. É igual ao covid. Então, assim a Organização Mundial de Saúde já emitiu um alerta e agora já tá chegando. Ontem à noite chegou um homem aqui no Vila Nova, aqui em Goiânia, tá todo tomado
– Trecho de áudio que circula no WhatsApp
Falso
A imagem que circula nas redes sociais juntamente com o áudio não tem qualquer relação com Goiás. Além disso, o estado não vive um 'surto' de mpox, como diz a gravação. 
A assessoria da Secretaria de Saúde de Goiás informou por WhatsApp que a equipe técnica verificou que não há registros da paciente citada no áudio. Por meio do Instagram, a pasta também publicou um vídeo desmentindo o boato. Até agora, não houve em Goiás nenhum caso da variante 1B da mpox - que vem causando surtos com maior capacidade de transmissão e maior gravidade. 
"Goiás não vive surto da monkeypox. Temos casos esporádicos, mas que não têm vínculo entre si”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, ao site do governo. O estado registrou até o momento 84 notificações, com 12 casos confirmados. Não há óbitos. 
Sobre a imagem, por meio de uma busca reversa, é possível encontrar o registro disseminado ao menos desde 2023 como ilustração em publicações sobre a mpox em outros países (confira aqui, aqui e aqui). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em 14 de agosto que a mpox voltou a ser uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). O alerta foi acionado depois de uma rápida propagação da variante 1B, mais contagiosa, na República Democrática do Congo. Entretanto, ainda não há registros dessa nova variante da doença no Brasil, explica o Ministério da Saúde. 
Sintomas da mpox
De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos de mpox apresenta sintomas leves e moderados, como erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. A pasta também explica que esses sintomas desaparecem em algumas semanas. Por outro lado, em algumas pessoas, especialmente aquelas com diminuição na imunidade, crianças e gestantes, "os sinais e sintomas podem levar a complicações, caso não haja assistência adequada", diz. 
O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, que também é médico infectologista, explica que, em casos graves apresentados, por exemplo, por pessoas imunossuprimidas (com o sistema imunológico comprometido), pode ocorrer intubação. "São raros, mas podem acontecer", reforça. 
A principal forma de transmissão é por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Roupas, roupas de cama, toalhas ou objetos como utensílios de cozinha/pratos que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa infectada também podem infectar outras pessoas.", alerta a OMS.
No momento, não há tratamentos específicos para a infecção. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, diz o Ministério da Saúde. Em caso de sintomas, a recomendação é procurar um serviço de saúde para diagnóstico e orientação adequada.

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