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Vídeo não mostra queimada ilegal por 'doador de Bolsonaro' nem incêndios em SP
30.08.2024 - 15h54
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais um vídeo que mostra pessoas uniformizadas incendiando uma plantação. Nas imagens, um homem acusa a empresa Delta Sucroenergia de causar uma queimada proposital no local. A legenda insinua que a gravação é recente e afirma que a empresa estaria provocando uma queimada ilegal e teria sido doadora da campanha política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). É falso
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:
FLAGRA DE CAMINHÃO DE DOADOR DO BOLSONARO EM INÍCIO DE QUEIMADA!
– Legenda de vídeo que circula pelas redes sociais
Falso
O vídeo não é recente, circula pelas redes sociais, pelo menos, desde 1º de junho deste ano, e mostra a utilização de uma técnica chamada "queima controlada", capaz de impedir que incêndios florestais se alastrem — e não um incêndio criminoso que teria relação com a onda de incêndios que atingiu cidades de São Paulo e Minas Gerais na última semana.
Em nota, publicada nas redes sociais, a empresa Delta Sucroenergia esclareceu que as imagens do vídeo mostram a aplicação da técnica de contra-fogo, que é prevista em lei, usada para evitar a propagação de incêndios. A empresa afirma ainda que, após estarem cientes da gravação, autoridades ambientais foram até a empresa e “não constataram irregularidades". Ainda de acordo com a Delta, o vídeo foi gravado no dia 29 de maio deste ano em Conceição das Alagoas, município de Minas Gerais. 
A Polícia Militar de Minas Gerais confirmou, em nota enviada por e-mail, que esteve na Delta para averiguar uma denúncia de incêndio no dia 8 de junho e constatou que a empresa detém autorização do órgão competente para realizar a técnica de contra-fogo. A nota diz ainda que uma equipe de policiais foi até o local da queimada e não foram “deslumbrados quaisquer descumprimentos ao que fora autorizado”. 
A gravação mostra o emprego da queima controlada intencional como estratégia de combate a incêndios. Isso serve para reduzir o acúmulo de materiais combustíveis no local e, assim, impedir que um incêndio se alastre. Na prática, o fogo que é lançado queima pequenas faixas do terreno para eliminar a vegetação, que é combustível para incêndios. Assim, quando as chamas chegam a essa faixa queimada, não há mais combustível, e o incêndio é contido.
A ação é prevista no Decreto 2.661/1998, mas os procedimentos variam entre os estados de acordo com legislação específica. Em Minas Gerais, a prática é regulamentada pela Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 2.988, de 24 de julho de 2020.
A legenda da publicação insinua ainda que a Delta Sucroenergia fez doações de campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, não há registros de que a empresa citada tenha feito contribuições à candidatura de Bolsonaro, uma vez que é proibida, desde 2016, pela Lei Eleitoral, doações de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais.
Vale mencionar, no entanto, que Robert Carlos Lyra, presidente da Delta, doou R$ 300 mil à campanha do ex-presidente em 2022, conforme informações do sistema DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conteúdo semelhante foi verificado por Aos Fatos e Reuters.  

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Carol Macário
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