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É falso que Musk pode ‘cortar o acesso de internet’ da Vivo, Claro e Tim
06.09.2024 - 17h00
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais um vídeo em que um homem afirma que, após bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil, o empresário Elon Musk poderia cortar o acesso de internet das empresas Vivo, Tim e Claro, que, segundo ele, utilizam os satélites de Musk para fornecer conexão, causando um colapso em todos os serviços que dependem de internet no Brasil. É falso. 
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
“A Vivo, a Tim e a Claro usam os satélites do Elon Musk para distribuir internet no Brasil. (...) Uma das opções é ele [Elon Musk] cortar o acesso de internet da Vivo, da Claro e da Tim de todo o Brasil. Ele é o único fornecedor de internet para essas empresas, não tem outro. (...) Aí tranca tudo. GPS acabou, banco, internet, aviação, não funciona mais nada”
– Trechos de fala em vídeo que circula nas redes sociais
Falso
Elon Musk não poderia cortar a internet no Brasil. As operadoras mencionadas no vídeo não dependem de Musk — tampouco da empresa de satélites Starlink — para fornecer internet. Na realidade, mais de 90% da internet no Brasil — e no mundo —, é conectada por cabos submarinos, e não por satélites, como explica a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). 
A Conexis Brasil Digital, entidade que reúne a Vivo, Claro e Tim e outras empresas e telecomunicação, também esclareceu que as afirmações do vídeo são falsas. “As operadoras associadas à Conexis prestam os serviços de internet e telefonia por meio de frequências licitadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)”, esclareceu a associação. 
Além disso, boatos sobre a conexão do Brasil depender de satélites já foram desmentidos antes. Em 17 de abril de 2024, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) desmentiu publicações sobre o tema e esclareceu que a internet não é centralizada — e que, portanto, não depende de um único provedor —, sendo, na verdade, fruto da colaboração de diversos agentes. A pasta também reforçou que a maior parte das transmissões acontecem via cabos submarinos.  
Vale destacar que, segundo dados da ANATEL, a Starlink possui uma participação pequena no mercado brasileiro de acesso à internet fixa, representando apenas  0,5% das conexões com a internet registradas em julho de 2024. Portanto, um eventual corte seria incapaz de paralisar todos os serviços que dependem de internet no Brasil — como alegado no vídeo.
Conteúdo semelhante foi desmentido por Aos Fatos.

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Catiane Pereira
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