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Adesivo que simula buracos é propaganda de suspensão automotiva; não ação de conscientização no Canadá
01.10.2024 - 14h00
Rio de Janeiro - RJ
Circula nas redes sociais uma imagem de um homem colocando um adesivo que imita um buraco em uma estrada. Segundo a legenda, a simulação de um buraco na via seria uma alternativa instaurada no Canadá para que os motoristas diminuíssem a velocidade. É falso.  
Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​: 
No Canadá usam adesivos para diminuir a velocidade
No Brasil é em 3D

– Legenda do vídeo que circula nas redes sociais
Falso
Os adesivos que simulam buracos não fazem parte de uma ação real de conscientização do trânsito no Canadá. Trata-se de uma propaganda indiana criada por uma agência de publicidade para promover uma marca de suspensão automotiva. Na imagem, é possível ver a frase: “Feels like Pioneer Suspension” (“A sensação é como a da Suspensão Pioneer” ou “Parece a Suspensão Pioneer”, na tradução para o português).
Imagem do anúncio chamado “Pohole Sticker” (Adesivo de buraco). Créditos: Ads of the World
A propaganda faz parecer que os carros passam por buracos – falsos, representados pelos adesivos – e não sentem o impacto do problema no asfalto, por isso alega que “a sensação é como a da Suspensão Piooner”. A suspensão de um carro é o sistema responsável por manter o veículo estável, absorvendo as irregularidades do solo. 
Segundo o site Ads of the World (Anúncios do Mundo), que reúne anúncios e informações sobre campanhas publicitárias, é possível conferir que a publicidade foi veiculada na Índia em junho de 2007 pela agência Y&R Everest. Outro site especializado, Ads Spot (Ponto de Anúncios), aponta que a mesma propaganda foi divulgada na Índia, em dezembro de 2007 pela agência VML Qais Mumbai. Pesquisando sobre as empresas, nota-se que elas se unificaram, tornando-se a VMLY&R. Anteriormente, as duas agências faziam parte da rede WPP, o maior grupo de publicidade do mundo.
A desinformação circula nas redes sociais há pelo menos 14 anos. Em abril de 2010, o E-Farsas verificou a mesma publicação. Além disso, o site Africa Check e a AFP também checaram o conteúdo em 2019 e em 2020, respectivamente. 

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Catiane Pereira
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