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É falso que urnas de Kentucky estejam trocando votos de Trump por Kamala
01.11.2024 - 18h58
Rio de Janeiro - RJ
Circula pelas redes sociais um vídeo que mostra uma eleitora norte-americana tentando votar no ex-presidente e candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Donald Trump. Ao clicar no nome de Trump, ela não consegue confirmar o voto. Após algumas tentativas o nome da candidata Kamala Harris é selecionado. A legenda que acompanha o vídeo diz que todas as urnas de votação antecipada no estado de Kentucky estão “trocando votos” e selecionando automaticamente Kamala Harris. É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​: 
“Máquinas de votação do Kentucky ESTÃO SE RECUSANDO a deixar os eleitores selecionarem o nome de Donald Trump, selecionando automaticamente Kamala Harris”
– Legenda de imagem que circula pelas redes sociais
Falso
O vídeo mostra uma questão pontual e não um problema generalizado em todas as urnas de votação no condado de Laurel, em Kentucky (EUA). Ao tomar ciência do suposto erro, as autoridades locais retiraram a urna eletrônica para análise. Tony Brown, um dos administradores eleitorais em Laurel, afirmou que sua equipe não conseguiu reproduzir o erro durante testes com a urna e que, de acordo com a eleitora, o voto foi computado corretamente. A fabricante da urna diz que o problema provavelmente foi devido a um erro do usuário.
Em uma publicação no Facebook, o administrador explicou que o erro foi observado ao tocar na área entre as opções de voto. Segundo ele, após essa ocorrência única, a equipe tentou recriar o erro novamente, mas não conseguiu. “Esses dispositivos de marcação de cédulas são configurados para que o eleitor toque dentro da caixa inteira com o nome dos candidatos”, esclareceu.
O administrador também observou que a máquina usada pela eleitora do vídeo permaneceu no centro de votação, com a tela voltada para baixo, até a chegada do representante do Gabinete do Procurador-Geral. “Não houve nenhuma alegação de problemas com o dispositivo antes, e nenhum desde que ele voltou a funcionar”, afirmou, acrescentando que a própria eleitora confirmou que sua cédula estava correta após a votação. 
Em entrevista ao veículo de checagem Lead Stories, Brandon Kilburn, supervisor eleitoral do Gabinete do Secretário do Condado de Laurel, disse que as urnas de votação estão funcionando corretamente na cidade e que o equipamento em questão foi examinado por um detetive do Gabinete do Procurador-Geral de Kentucky que “concluiu que o equipamento estava funcionando corretamente e era seguro continuar usando”.
Ao veículo The Dispatch Fact Check, Katina Granger, representante da empresa Election Systems & Software, responsável pela fabricação dos equipamentos de votação utilizados no condado de Laurel, disse que o problema mostrado no vídeo provavelmente se deve a um erro do usuário. “As máquinas de votação com tela sensível ao toque não alteram votos. Em muitos casos relatados, isso ocorre quando o eleitor não toca exatamente na área correta da tela”, explicou Granger.
Granger acrescentou que o equipamento também imprime uma cédula de papel que o eleitor pode revisar antes de enviá-la. “Não há situação em que um eleitor precise registrar um voto em uma cédula que ele acredita não refletir suas intenções”, finalizou.
Além disso, em uma publicação no X (antigo Twitter), o Secretário de Estado do Kentucky, Michael Adam, informou que não há “troca de votos” no condado. Ele reiterou que a eleitora confirmou que sua cédula foi impressa corretamente e seu voto registrado para o candidato de sua escolha. Em Kentucky, a lei permite que o eleitor substitua sua cédula de votação até duas vezes.
A votação antecipada iniciou-se em 31 de outubro no Condado de Laurel e segue até este sábado (2). O objetivo é incentivar os eleitores a votar, já que nos Estados Unidos o voto não é obrigatório e o 5 de novembro (terça-feira), dia oficial da votação deste ano, não é considerado feriado.
Esse conteúdo também foi checado por Aos Fatos, Lead Stories e The Dispatch Fact Check.

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