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É falso que Barack Obama protocolou pedido de impeachment de Donald Trump
07.03.2025 - 17h20
Porto Alegre - RS
Circula nas redes sociais um post que alega que o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, protocolou um pedido de impeachment contra o atual presidente Donald Trump. O vídeo diz que Obama fez uso da “lei secreta de veto de ex-mandatário”, o que possibilitaria a ele pedir o impeachment. Além disso, o vídeo diz que Obama, durante um discurso, alegou que Trump é um lunático descontrolado e pior presidente da história. É falso.
Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
“Barack Obama protocola pedido de impeachment de Donald Trump chega ao congresso
– Texto em vídeo que circula nas redes sociais
Falso
Obama não ingressou com um pedido de impeachment contra Trump no Congresso dos Estados Unidos. Não há nenhuma matéria na imprensa sobre o assunto, o que indica que o fato foi inventado. Também não é verdade que Obama fez um discurso alegando que Trump é o pior presidente da história, uma vez que não há registros.
Além disso, é mentira que exista uma legislação específica para ex-presidentes solicitarem o impeachment do atual mandatário uma vez que, nos EUA, tal solicitação precisa ser formalizada ao Congresso por um membro da Câmara dos Representantes – equivalente à Câmara dos Deputados do Brasil –, que tem o poder exclusivo de impeachment, conforme a legislação estadunidense. O Senado, por sua vez, tem o poder exclusivo de julgar os impeachments.  
Na prática, de forma resumida, funciona assim: mais da metade dos representantes deve aprovar a proposta de impeachment. Contudo, a perda do cargo de presidente só ocorre após um julgamento no Senado, assistido pelo presidente da Suprema Corte, com a aprovação de dois terços dos senadores. 
Até hoje, nenhum presidente dos EUA chegou a ter o mandato cassado. Trump, em sua primeira gestão (2017 - 2021), teve dois processos de impeachment aprovados na Câmara dos Representantes, mas rejeitados no Senado. No primeiro caso, Trump era acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. No segundo, ele foi acusado de incitar a invasão ao Capitólio.
Pela mesma situação passaram Andrew Johnson, em 1868 (acusado de afastar seu secretário da Guerra, Edwin M. Stanton, sem consentimento do Congresso), e Bill Clinton, em 1999 (acusado de perjúrio e obstrução de justiça, ligados ao seu relacionamento com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky). 
Richard Nixon, em 1974, renunciou à presidência antes da Câmara dos Representantes votar seu impeachment. Ele enfrentaria acusações de obstrução da justiça, abuso de poder e desrespeito ao Congresso durante o caso Watergate.
Vídeo feito por inteligência artificial
A Hive - ferramenta de detecção de inteligência artificial (IA) - constatou que há 99,7% de probabilidades de que o vídeo sobre o processo de impeachment possua conteúdo gerado por IA ou deepfake (técnica que permite alterar um vídeo ou foto com auxílio de IA).
Análise feita pela Hive no vídeo disseminado nas redes sociais. Imagem: Reprodução

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